v. 6 - Ninguém oprima ou engane a seu irmão em negócio algum, porque o Senhor é vingador de todas estas coisas, como também antes vo-lo dissemos e testificamos.
"Ninguém oprima ou engane a seu irmão"
Qualquer um que se relaciona com uma mulher casada, não apenas peca contra Deus e essa mulher, mas, sobretudo, contra seu marido. Seus direitos são pisados, ele é enganado. Quanta miséria veio sobre famílias inteiras e congregações por meio de algo tão mau, sem mencionar o dano para o testemunho do Senhor diante das pessoas que ainda não conhecem Jesus como seu Salvador. O Senhor cuidará do caso desse irmão enganado. Tais pecados não permanecerão impunes.
Ainda que a liberdade entre os filhos de Deus é algo muito lindo — pois juntos formam uma grande família, a família de Deus — devemos focar com toda clareza os perigos das tentações pecaminosas no seio da irmandade.
O apóstolo já havia abordado este grave problema durante a sua estadia em Tessalônica. Era algo que pesava muito em seu coração, de modo que ele aproveita essa oportunidade para falar mais uma vez com toda clareza acerca disso.
v. 7 - Porque não nos chamou Deus para a imundícia, mas para a santificação.
Os filhos de Deus são chamados à liberdade (Gálatas 5:13); Deus os chamou para o Seu próprio reino e para a Sua própria glória (cp. 2:12). Eles são chamados em santidade.
Como Deus poderia permitir que Seus filhos se enredassem novamente em pecados pelos quais Seu Filho morreu na cruz?
Na conversão, Deus lavou todos os nossos pecados (1 Coríntios 6:11). O caminho de cada crente começa quando Deus o chama como pecador, isto é, quando Deus o chama pelo Evangelho. A quem obedece a esse chamado, Deus o santifica para Si mesmo. A partir desse momento, uma pessoa é capaz de entrar diante de Deus no céu, na Sua santa presença.
Esta santidade deveria, portanto, caracterizá-lo ao longo de toda a sua vida.
v. 8 - Portanto, quem despreza isto não despreza ao homem, mas sim a Deus, que nos deu também o seu Espírito Santo.
Com este versículo, o apóstolo chega à conclusão dessa exposição rica em conteúdo e também ao ápice da sua argumentação: aquele que despreza¹ as instruções claras do apóstolo, o mandamento do Senhor e a vontade de Deus nessa questão, despreza a Deus. É Deus quem criou a nós humanos, e é Ele também Quem estabeleceu as relações conjugais entre homem e mulher. Quem despreza isso, despreza ao Doador dessas relações.
Além disso, Deus nos deu o Seu Espírito Santo. O Espírito de Deus habita nos crentes que, por meio disso, são templo do Espírito Santo. Leia nesse contexto 1 Coríntios 6:12-20, especialmente o versículo 19.
Você está realmente ciente de que o Espírito Santo² habita em você, se você aceitou o Senhor Jesus como seu Salvador? Tal declaração ainda te comove profundamente? Ou você passa para a ordem do dia no próximo momento?
Caros leitores, existe o perigo de nos acostumarmos de tal forma com tais grandiosas declarações da Bíblia, de modo que já não significam mais nada para nós.
Mas a verdadeira razão para isso é que não vivemos conscientemente nossas vidas na presença de Deus.
Ou você está até enredado em laços pecaminosos? Que Deus nos dê uma consciência sensível. Nosso tempo é um tempo de grandíssima sedução, que acabará na total apostasia de Deus.
Falaremos mais acerca disso quando chegarmos a 2 Tessalonicenses 2.
O pecado da prostituição não é, portanto, apenas uma ofensa a Deus e um desprezo dEle, é também uma ofensa e desprezo ao Espírito Santo que Deus nos deu.
vv. 9, 10 - Quanto, porém, ao amor fraternal, não necessitais de que vos escreva, visto que vós mesmos estais instruídos por Deus que vos ameis uns aos outros; porque também já assim o fazeis para com todos os irmãos que estão por toda a Macedônia. Exortamo-vos, porém, a que ainda nisto aumenteis cada vez mais.
O que unia estreitamente os destinatários da carta era a fé comum em Jesus Cristo e a mesma vida divina que tinham recebido mediante o novo nascimento.
Além disso, todos tinham o Espírito Santo. Cerca de quarenta anos depois, João escreveu a respeito do amor fraterno:
"Nós sabemos que passamos da morte para a vida, porque amamos os irmãos" (1 João 3:14).
Pode-se reconhecer um verdadeiro cristão pelo fato de que ele ama os irmãos. Quando a nova vida se manifesta em um crente, o amor fraterno é a consequência natural. Em outro lugar João escreve:
"DEUS é AMOR" (1 João 4:8,16).
E quem se tornou participante da "natureza divina" — como Pedro o expressa (2 Pedro 1:4) — esta vida atua nele da mesma maneira.
Por isso, instruções adicionais não eram realmente necessárias. Nesse sentido, os crentes foram ensinados por Deus³.
Distinguimos, portanto, entre um conhecimento "interior" e um conhecimento que recebemos de "fora" — conhecendo e absorvendo a verdade da Palavra de Deus.
Ambos são necessários e complementares.
Mas quando se trata de colocar em prática, ainda há um "abundante crescimento".
Será que somos uma exceção?
vv. 11, 12 - E procureis viver quietos, e tratar dos vossos próprios negócios, e trabalhar com vossas próprias mãos, como já vo-lo temos mandado; para que andeis honestamente para com os que estão de fora, e não necessiteis de coisa alguma.
Agora, sem qualquer interrupção, segue uma exortação estreitamente relacionada ao precedente.
Evidentemente havia interferências no amor mútuo, de modo que alguns deles:
Será que eles pensavam que tinham mais conhecimento da Bíblia do que seus irmãos; que eram mais espirituais ou mais fiéis do que outros? Ou eles achavam que trabalhar era uma perda de tempo, visto que o Senhor viria em breve? Em todo caso, esse comportamento era tudo, menos próprio para promover o amor fraternal.
"não necessiteis de coisa alguma"
Eles entendiam que o amor fraternal significava que os outros tinham que sustentá-los? Isso certamente foi um conceito equivocado acerca do amor fraternal. O amor fraterno dá, ele não espera dos outros.
Nesse ponto, o apóstolo foi um belo exemplo. Ele trabalhou "noite e dia" para não ser pesado para ninguém (cp. 2:9), mas para ainda poder dar aos outros alguma coisa.
Perguntas e sugestões para elaboração
1. Qual a principal exortação que o apóstolo Paulo faz aos tessalonicenses no capítulo 4?
2. Em quais perigos e tentações os tessalonicenses estavam caindo? Como podemos nos precaver disso?
3. Quais pontos mais chamaram a sua atenção em relação à vida prática cristã e no que você pode trabalhar mais na sua?