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Revista Leituras Cristãs

Conteúdo cristão para edificação

30 Anos Escravo da Torre de Vigia

30 ANOS ESCRAVO DA TORRE DE VIGIA (Por W. J. Schnell – ex-testemunha de Jeová)

Um jovem bem trajado, levando uma bolsa com livros bate à porta da primeira casa de bairro. A dona de casa abre a porta. Cortêsmente ele se apresenta: Represento a Torre de Vigia. Venho a fim de pregar a mensagem do reino. Tenho um livro que quero lhe mostrar. Pode-­se obtê-lo por Cr$ 500,00.

Aquela senhora lhe dirige algumas perguntas e ouve respostas fascinantes acerca de um "reino" por vir e como escapar da maior guerra de todos os tempos. Ela se considera muito religiosa. Todavia, para se livrar de maneira mais rápida daquele estranho, compra-lhe o livro. Com isso tornou-se automaticamente candidata a membro do grupo religioso de maior índice de crescimento no mundo: as testemunhas de Jeová.

Reconhecem-se as testemunhas de Jeová ativas, vendendo seus livros ou oferecendo seus periódicos "Despertar' e "Torre de Vigia", postos às esquinas das ruas, ou ainda, dirigindo-se às numerosas reuniões em seus "salões do reino". Seus admiráveis relatórios de vendas atestam que muitos compradores de literatura consideram-se cristãos. Por este suave caminho começam a tornar-­se testemunhas de Jeová.

Eu era urna pessoa assim. Cria no Senhor Jesus. Mas passei a participar desse movimento religioso em minha juventude, ­trabalhava e planejava para difundí-lo mais. Com o passar do tempo percebi que minhas atividades diligentes para essa sociedade substituíram minha comunhão com Cristo. Muito tarde descobri ser um servo obediente de um regime monstro organizado, - a Sociedade Torre de Vigia que, a si mesmo denomina-se "organização divina" , com a finalidade de introduzir a "Sociedade Novo Mundo".

Após trinta anos de escravidão intelectual e espiritual por parte dos senhores da Sociedade, cumpro, por meio desta, minha promessa dada a Deus após descobrir a farsa dessa organização, isto é, de desmascarar o movimento que, afirma ser cristão, embora:

* negue todas as formas de cristianismo, considerando-as como organização do diabo;

* rogue a seus membros recusa de prestação de serviço militar, enquanto ela mesma incita francamente à luta e ao emprego de métodos agressivos;

* lute incessante e altamente por sua liberdade religiosa, muito embora exerça domínio tirânico sobre as ações e mesmo pensamentos de seus membros;

* afirme ser Cristo seu Salvador, embora negue que Ele seja Deus poderoso e salva para a vida eterna a todos os que nele crêem;

* cite a Bíblia com habilidade, e, convencida, fala de significados gregos segundo o texto original, enquanto sua instrução na Bíblia é bem limitada; - a instrução da maioria dos testemunhas de Jeová está restrita aos livros publicados pela Sociedade Torre de Vigia e ao decorar palavras gregas impressas às margens de sua Bíblia especial "Diaglott" e da tradução "Novo Mundo".

Perante Deus, asseguro estar dizendo a verdade com estas afirmações, como eu mesmo as tenho experimentado. Os membros diretores das testemunhas de Jeová, em seu pomposo escritório central da Sociedade Torre de Vigia, em 124 Columbia Heights, Nova Iorque, podem dizer nunca terem-me conhecido ou de se tratar de alguém excluído, caído em desgraça. No entanto, nunca poderão apagar os fatos de sua história que, em pequena escala, eu mesmo ajudei a promover.

Nasci em 1905, em Jersey City nos Estados Unidos. Com nove anos de idade meus pais me levaram a seu país natal, a Alemanha, em visita a parentes. Antes de podermos regressar eclodiu, a primeira guerra mundial. Meu pai, ainda sem nacionalidade americana, foi recrutado pelo exército alemão.

A guerra grassava não longe de nossa pátria próxima à fronteira russa. Por longo tempo nada ouvimos de meu pai. Mas ele sobreviveu à guerra. Após a guerra, nossa zona foi anexada à Polônia, e, até 1921, não nos era permitido abandoná-la. Então, com outros fugitivos, emigramos para Berlim.

Naquele tempo contava com 16 anos de idade. Dois anos antes, havia aceito Cristo como meu Salvador, e, creio que Ele de fato havia tomado meu coração. Com outros de minha família estava a progredir espiritualmente quando fomos visitados por um senhor, vendedor de livros sobre doutrina bíblica. Dizia-se investigador da Bíblia. Nós lemos os livros. A seguir visitamos a classe local dos "investigadores da Bíblia" e, sem perda de tempo, aderimos a ela.

Além do estudo da Bíblia, andamos de casa em casa e dizíamos às pessoas a respeito de Cristo. Sei de 17 pessoas que confessaram crerem em Cristo, através de meu testemunho. Naquele tempo nada sabia acêrca das doutrinas desonrosas a Cristo, de Charles T. Russel, o fundador americano dos "investigadores da Bíblia", nem tão pouco do poder crescente de seu sucessor em Brooklin, o juíz Joseph Franklin Rutherford.

Rutherford tinha uma visão mundial para a Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e tratados. Segundo ele cria, seu objetivo podia ser alcançado com as receitas e influências dos tratados e livros da Sociedade. Os vendedores,           membros obedientes, não eram remunerados, e a maioria deles geralmente dão as receitas à sociedade. Eu mesmo, após meu horário escolar em Berlim, vendia semanalmente milhares de livros com títulos fascinantes, como "Milhões que agora vivem, nunca morrerão" .       .

Com apenas 19 anos de idade, fui chamado ao escritório central alemão em Magdeburgo, porque era um vendedor eficaz. O interesse pelos planos de propaganda, a participação nas vendas e uma nova sociedade mundial me fascinaram. Abandonei o estudo da Bíblia e a oração, e quando o escritório alemão me incumbiu de visitar os grupos locais de veneráveis anciãos, a fim de admoestá-los; isto é, aos que resistiam à ordens crescentes de Brooklin, obedeci quase sem quaisquer remorsos de consciência.

Em princípios dos anos 20, a Sociedade Torre de Vigia comprou instalações impressoras, com o que ficou habilitada a publicar quantidades enormes de revistas e livros a custos baixos. Esse material, vendido ao público e estudado pelas testemunhas era o principal veículo de instrução e propaganda. Cada novo plano publicitário, consagrado com um verso das Sagradas Escrituras, aparecia nessas publicações, para ser executado pelos membros fiéis. Hoje isso ainda é procedido assim.

O contrôle crescente de Brooklin, através de relatórios de tempo, tabelas de progressão de vendas, além de funcionários imperiosos, me repeliram de tal sorte, que, em 1927, regressei à América a fim de conseguir minha liberdade.

Por 6 anos consegui me distanciar do movimento. No entanto, meu pai e alguns de meus parentes, que também voltaram à América, eram membros ativos. Eles e os guias da Sociedade me impeliram a reingressar. Finalmente o fiz. Tomei-me vendedor de livros "pioneiro" em Georgia, Nova Iorque, Nova Jersey e Ohio.

Como retribuição ao meu êxito de vendas e de formação de novos grupos locais de testemunhas, em 1937 fui convidado pessoalmente a trabalhar no escritório central. Este era organizado como o de Magdeburgo e até com um sistema de espionagem, para acusar os membros em desacordo com os pensamentos da organização. Já após curta estadia, pedi insistentemente por outras tarefas. Tanto na Alemanha como nos Estados Unidos, percebi a lenta transição de contrôle dos grupos locais para os membros do escritório central. Primeiramente foram introduzidos os relatórios escritos sobre serviços prestados; posteriormente os anciãos locais eleitos foram substituídos por diretores de serviço do escritório central. Lições bíblicas dominicais foram substituídas por estudos da revista "Torre de Vigia". Em 1938, a Sociedade passou a exigir de cada grupo de testemunhas de Jeová submissão a todas as instruções e prescrições futuras da sociedade. Com isso desapareceu o último vestígio da relação com Cristo. A nova exigência era obediência absoluta à teocracia e a seus planos grandiosos para organização da nova sociedade mundial.

Esta organização mundial seria a organização do rei Cristo Jesus, que, segundo afirmam, iniciou o reinado na terra em 1914. Todos os aderentes aos testemunhas de Jeová escaparão à luta vindoura do Armagedom e viverão pacificamente no reinado milenar. A doutrina das testemunhas afirma que somente 144.000 dos fiéis irão ao céu, para dominarem sobre a criação. Destes, como consta, atualmente ainda vivem 20.000. Desarte, 680.000 dos presente­mente 700.000 batizados devem se contentar em serem servos de seus soberanos celestiais, na nova sociedade mundial.

A doutrina está em oposição a João 14:3 e muitas outras passagens das Escrituras. As testemunhas de Jeová também estão em oposição à doutrina da Trindade, do inferno como lugar de castigo pelos pecados, da fé em Cristo como garantia da vida eterna. Enquanto grotescamente desprezam a fé cristã histórica, as testemunhas de Jeová afirmam que suas doutrinas estranhas têm a Bíblia por fundamento!

Algumas pessoas são atraídas pelas doutrinas das testemunhas de Jeová, mas muitas outras são angariadas inteligentemente pela organização, antes de conhecerem seu conceito sobre as Sagradas Escrituras e seus costumes. A astúcia satânica da sociedade para angariar membros, me lembra as táticas de lavagem de cérebro, praticados por regimes totalitários.

Descrevo agora, como trabalham, assim como eu mesmo o pratiquei:

Primeiro passo: levar um livro ou uma revista a novas mãos e residênciais. A maioria das pessoas, mesmo cristãos professos, conhecem sua Bíblia muito superficialmente para não serem alertados pelas doutrinas estranhas da sociedade.

Segundo passo: animar à leitura e ao estudo das publicações da sociedade, por ocasião de uma segunda visita. Nessas visitas o apetite do candidato é estimulado à mão de observações dramáticas sobre acontecimentos mundiais, conversas simpáticas acêrca de problemas pessoais e promessas de esperança com vistas à libertação pela "fé do reino".

Terceiro passo: conseguir a concessão para "estudo bíblico no lar", - um estudo semanal das publicações da sociedade (não da Bíblia), com uma testemunha de Jeová. Este material de leitura tem por fim transmitir ao candidato sua fraseologia e doutrinas até que este fale e pense como os teocratas-oradores-mestre do escritório central.

Quarto passo: conseguir a participação em um centro de serviço de pregadores, isto é, uma aula semanal de instrução e treinamento para um grupo de candidados interessados. Ali, um representante da sociedade dirige um estudo de perguntas e respostas à mão de um de seus livros. Os próprios membros procuram os versículos bíblicos pré-escolhidos e os lêem, para "provarem" a doutrina. O dissabor dos candidatos no mundo é caracterizado como o suspiro natural de· seu espírito para o "reino". É lhes dito que desta· maneira cumprem a Escritura.

Quinto passo: conseguir a assistência aos estudos da Torre de Vigia no salão do reino, aos domingos. Aqui a doutrina das testemunhas é aprofundada, com base na revista bi-semanal Torre de Vigia", contendo perguntas que indicam ao leitor o texto preciso no artigo com as respostas devidas; - é simplesmente um manual de ensino. Os dirigentes expressam suas esperanças de que o candidado ingressará no "reino", se cumprir o sexto passo.

Sexto passo: conseguir a assistência fiel às reuniões de serviço, da escola de serviço de pregadores para visitas domiciliares, vendas de livros e revistas e remessa de relatórios exatos ao escritório central, sobre o trabalho dedicado ao "reino". No caso de o candidato ter aplicado fielmente os ensinamentos na prática, êle está apto para o último passo.

Sétimo passo: promover o recebimento do batismo em água, - a expressão pública de ingresso na "Organização de Deus" . então ocorre a promoção a pregador oficial do "reino" e, com isso, a servo da "alegre mensagem do reino". Agora ele está seguro no reino real", desde que permaneça fiel às ordens da Sociedade. Os especialmente ativos ou fiéis podem ser promovidos a servidores regionais da Sociedade ou convidados a trabalharem no escritório central.

     Considerando-se as extraordinárias vendas de literatura das testemunhas, executadas por trabalhadores fiéis, o êxito deste plano de sete pontos dá o que pensar. O anuário de 1957 informa a divulgação de mais de 55 milhões de exemplares de suas revistas em 162 países, no penado de um único ano.

Em 1941, iniciei minha venda própria de auxílios bíblicos às testemunhas. Necessitava dessa receita adicional e tinha principiado a ler minha Bíblia novamente, sem a interpretação da Tôrre de Vigia. O escritório central não gostava de minha independência e expressou sua forte desaprovação: além de um boicote regional, contrôle severo, ameaças importunas e, final­mente, em 1951, cassação de minha função de pioneiro.

Constatei estar tão emara­nhado com os objetivos e espe­ranças do "reino", segundo meu espírito e meus sentimentos, que a condenação da Sociedade quase me estrangulava. Sofri um ataque cardíaco, procurei consolo no al­coolismo e quase perdi meu juízo.

No entanto, em 1952, em desespero terrível, orei uma noite inteira. Confessei a Deus meus pecados e clamei por libertação de minha devoção àquele sistema organizado. Quando, de manhã, me levantei de meus joelhos eu sabia: Deus me tinha dado vitória.

Em 1953, trinta anos após ter-me sujeitado à vontade da sociedade, escrevi minha primeira carta, desvendando essa ditadura assombrosa. Dizia a outros escravos de alma que o único caminho de escape consistia em se afastar da literatura envenenada das testemu­nhas, e, dirigir-se direta mente à Bíblia e a Jesus Cristo, pedindo-Lhe plena redenção e certeza da salvação.

Quero alertar a você que, talvez, ainda não segue obedientemente as ordens da Torre de Vigia. Cada compra de livro e cada hora de estudo da literatura das testemunhas é um elo na corrente poderosa, que imperceptivelmente amarra a sua alma, para finalmente subjugá-lo a um senhor - a Sociedade Torre de Vigia. Peço-lhe de todo coração, tome esta minha infeliz experiência com as testemunhas como advertência imperiosa!

"Se alguém vem ter convosco e não traz esta doutrina não o recebais em casa, nem lhe deis as boas-vindas.”

II João 10.

"Estas cousas vos escrevi a fim de saberdes que tendes a vida eterna, a vós outros que credes em o Nome do Filho de Deus.”  1 João 5, 13.

 

Traduzido com autorização do tratado em língua illemã: 30 Jahre ein Sklave des Wachtturrns" (redução do livro "Falsche Zeugen stehen wider mich", publicado pela Christl. Verlagsanstalt, Konstanz, Suiça).

 

Auxílio ou Empecilho - C. H. Mackintosh - Vol 36-8


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