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Revista Leituras Cristãs

Conteúdo cristão para edificação

A Direção do Espírito Santo nas Reuniões

Ao escrever sobre esse assunto, sou consciente de estar abordando um tópico bastante delicado. Alguns irmãos, no passado, se ocuparam intensivamente com o mesmo, e o tema ainda hoje é frequentemente debatido em nosso meio. Isso pode ser notado até pelos mais jovens que, no entanto, ficam admirados ao descobrir que na realidade não há uma passagem sequer a esse respeito no Novo Testamento! Quando damos ênfase exagerada a certo assunto, ainda que tradicionalmente amado, mas que de fato não ocorre na Bíblia dessa forma, incorremos no perigo de praticarmos o mesmo que tantas vezes censuramos nos crentes denominacionais.

Tenho muitos livros de irmãos acerca do Espírito Santo; em um desses livros há um capítulo inteiro dedicado à direção do Espírito Santo nas reuniões. Porém, nesse capítulo, não é mencionada uma passagem sequer das Escrituras. Isso é um tanto estranho. Será que a ideia da direção do Espírito Santo nas reuniões nem sequer é bíblica então? Não!

Isso já seria o outro extremo! De fato, as coisas também não são assim! Entretanto, muitas vezes foi dada uma ênfase exagerada e unilateral à direção do Espírito Santo nas reuniões e, como resultado, especialmente os jovens muitas vezes acabam fazendo uma ideia totalmente errada disso. Esse artigo é uma modesta tentativa de apresentar esse assunto de forma equilibrada e na proporção correta.

Evidências “positivas” das Escrituras

Embora as Escrituras não falem concretamente acerca da direção do Espírito Santo nas reuniões, certamente elas falam da direção do Espírito no âmbito geral. A respeito do Senhor Jesus, lemos:

“E Jesus, cheio do Espírito Santo, voltou do Jordão e foi levado pelo Espírito [ou: pelo poder do Espírito] ao deserto” (Lucas 4:1; comp. também v. 14; Mateus 4:1; Marcos 1:12).

Quanto aos crentes verdadeiros, lemos em Romanos 8, que andam “segundo o Espírito”; e “Porque todos os que são guiados pelo Espírito de Deus, esses são filhos de Deus” (vv 4;14). E, em Gálatas 5 lemos:

“Andai em Espírito... Mas, se sois guiados pelo Espírito, não estais debaixo da lei… Se vivemos em Espírito, andemos também em Espírito” (vv. 16, 18 e 25).

A partir dessas passagens, fica claro que a direção do Espírito Santo é algo extremamente importante para cada crente. Nós podemos ser guiados pela nossa própria carne ou pelo Espírito Santo que habita em nós. Se formos guiados pela carne, então serviremos ao pecado; se formos guiados pelo Espírito, então serviremos a Deus. Essa direção do Espírito, sem dúvida, também é muito importante nas reuniões dos crentes; no entanto, em princípio, ali ela não é mais importante do que nas demais áreas da vida de um crente.

O cristão precisa da direção do Espírito ao propor um hino, quando profere uma oração, quando lê um trecho das Escrituras ou ao expor as Escrituras nas reuniões; porém, ele precisa muito dessa direção igualmente na vida diária!

Não penso apenas nas grandes decisões da vida comum como, por exemplo, a escolha do cônjuge, da profissão ou do local de residência.

Que temos necessidade da direção do Espírito nesses assuntos é algo que qualquer um entende; mas corremos o grande perigo de restringirmos essa direção às reuniões e eventualmente às grandes decisões de nossas vidas. Quem restringe a direção do Espírito Santo a essas áreas, não irá entender muito dessa direção e, por isso, também não entende da direção do Espírito nas reuniões!

Começamos a compreender algo disso apenas quando admitimos que também precisamos da direção do Espírito Santo em nossa vida familiar e matrimonial, no exercício de nosso trabalho diário, seja no lar como na profissão; no trânsito, na ida a uma loja, ao banco ou correio, no trato com o vizinho, etc.

Gostaria que o leitor entendesse que considero o assunto muito sério e relevante. Na nossa vida não há “áreas neutras”, onde basta o bom senso ou a inteligência, natural ou adquirida pela educação que tivemos, para solucionar as questões; enquanto em outras áreas da vida precisaríamos de maneira especial da direção do Espírito Santo. Em cada área de nossas vidas estamos sendo guiados ou pela carne ou pelo Espírito Santo.

O ponto central de minha explicação — e espero que isso se torne mais claro ainda — é o contraste errado que muitos crentes fazem entre o bom senso e o conhecimento, por um lado, e a direção do Espírito Santo por outro. Pensam que quando se tem conhecimento do assunto ou quando se pode empregar a inteligência humana, não há necessidade do Espírito; porém, naquilo em que a educação e a razão humana não deveriam ter espaço, como nas reuniões, ali precisamos da direção do Espírito Santo. Essa noção é totalmente errada.

Na verdade, para todas as coisas que requerem o nosso conhecimento e/ou a inteligência, precisamos da direção do Espírito Santo; e em todas as áreas onde somos guiados pelo Espírito, jamais deveríamos excluir o conhecimento e o bom senso, nem mesmo nas reuniões.

Mais adiante citaremos as evidências escriturísticas que suportam esta afirmação.

Primeiramente trataremos acerca da constatação inicial, que é errado presumir que haja uma contraposição entre “conhecimento/inteligência” e “direção do Espírito Santo”.

Para começar, gostaria de mencionar uma passagem bíblica que tem uma importância especial para a direção do Espírito Santo nas reuniões, embora não trate exatamente disso. Refiro-me a 1 Coríntios 12:11:

“Mas um só e mesmo Espírito opera todas estas coisas, repartindo particularmente a cada um como quer”.

Aqui se trata do exercício dos dons de uma forma geral e de maneira alguma esse exercício se restringe às ocasiões quando estamos reunidos como Igreja.

Por outro lado, nossas reuniões não são limitadas ao exercício dos dons – não há necessidade de dons da graça para, por exemplo, proferir uma oração, propor hinos ou ler uma passagem das Escrituras!

Ainda assim, esse versículo é muito importante, pois é o único que, de certa forma, se aproxima de nosso assunto.

Neste trecho não se trata somente da distribuição dos dons, mas também de seu exercício, como podemos ver pelas palavras “ministérios” (v. 5) e “operações” (vv. 6 e 10). Esse último termo é especialmente importante: ocorre somente neste versículo e expressa algo semelhante a “exercício de poder”. O verbo correspondente a este termo seria “operar”, e se encontra no versículo 11: é o Espírito que opera nos crentes quando exercem os dons, conferindo-lhes o Seu poder.

O termo “repartir”, que temos no versículo 11, no grego está diretamente relacionado com o termo “diversidade” (de operações) do versículo 6: O Espírito opera em cada crente de maneira diferente e em outra medida, conforme a Sua soberana vontade.

Evidências “negativas” que temos nas Escrituras

Quando digo “negativas”, me refiro a passagens bíblicas que, embora se refiram explicitamente às reuniões como Igreja, notadamente omitem qualquer menção ao Espírito Santo. Veja, por exemplo, 1 Coríntios 10:16, 21 e 11:20, 34 e, principalmente o capítulo 14.

Teríamos esperado que justamente nesse capítulo Paulo fosse abordar pormenorizadamente o tema da direção do Espírito Santo. Quando se trata de falar em línguas – muitas vezes em confusão, muitas vezes sem interpretação e muitas vezes de tal forma que até mesmo as mulheres tomavam a palavra – haveria porventura uma necessidade mais óbvia do que enfatizar que esperassem e se deixassem conduzir pelo Espírito Santo? Muitos irmãos o fariam em um caso desses, e eu mesmo também já o fiz frequentemente. Porém, Paulo não faz referência alguma ao Espírito; em vez disso, ele fala acerca da “inteligência” (ou seja: mente/entendimento), nos versículos 14, 15, 19 e 20! “Inteligência”, nesse caso, compreende o “pensar” ou a “capacidade de pensar”.

Especialmente o versículo 19 chama nossa atenção:

“Todavia eu antes quero falar na igreja cinco palavras na minha própria inteligência, para que possa também instruir os outros, do que dez mil palavras em língua desconhecida”.

Nós talvez diríamos: “Se alguém fala na Igreja com a sua própria inteligência ou numa língua desconhecida (ocasião em que a mente fica infrutífera, v. 14), isso é uma questão da direção do Espírito Santo”.

Contudo, (parafraseando) Paulo diz:

“Essa é uma questão da inteligência, da razão; qualquer um entende que é mais sensato falar na igreja em uma língua inteligível, e por meio disso os crentes são edificados, ao invés de falar numa língua estranha que ninguém entende”.

Mas, se alguém respondesse:

“Foi o Espírito Santo que me compeliu a falar em língua estranha, não posso fazer nada” (ou também poderíamos dizer: propor esse ou aquele hino, proferir uma oração ou fazer um comentário),

então Paulo responde:

“Não, prestem atenção, ‘os espíritos dos profetas estão sujeitos aos profetas’ (v. 32).

No paganismo, era normal serdes ‘levados aos ídolos mudos, conforme éreis guiados’” (1 Coríntios 12:2). Os demônios dominavam suas vítimas de tal maneira que a vontade e o entendimento das mesmas eram desligados de modo bem amplo.

Porém, essa nunca é a maneira pela qual o Espírito Santo age. Ele opera nos crentes fazendo pleno uso de sua vontade e inteligência, de modo que eles constantemente têm – e nunca perdem – o domínio completo sobre o seu interior. Exatamente esse é o significado em 1 Coríntios 14:32: os profetas têm pleno controle sobre o seu próprio espírito, a saber, o seu próprio interior, sua própria vontade e inteligência.

O leitor somente poderia ter problemas no emprego dos termos “entendimento e/ou inteligência”, se até então vinha contrapondo de uma forma errada a direção do Espírito, por um lado, com a vontade, o conhecimento e a inteligência (sadia), por outro lado. Em 1 Coríntios 14 trata-se da participação ativa de crentes – crentes espirituais com um entendimento iluminado (sadio) – nas reuniões como Igreja. Crentes espirituais compreendem que não estão nas reuniões da igreja para edificar a si mesmos, mas para edificar os outros; que não estão ali para presumir com seus dons, mas para servir os outros com eles. Isso é uma questão da inteligência iluminada, sadia, não havendo necessidade de falar acerca da direção do Espírito Santo.

Crentes espirituais, pela própria definição, são crentes guiados pelo Espírito Santo; não há necessidade de mencionar isso de forma específica. Se tivesse sido mencionado de forma especial, então poderia parecer que a direção do Espírito Santo é algo específico para as reuniões, porém, exatamente isso ela não é, pois crentes espirituais são espirituais e são guiados pelo Espírito Santo tanto nas reuniões como fora delas; não há necessidade alguma de mencionar ou distinguir isso de maneira especial.

Crentes espirituais têm uma mente iluminada (sadia), mediante a qual sabem exatamente o que se deve fazer nas reuniões e o que não se deve fazer ali. Entendem muito bem que o Senhor não quer usar cada vez o mesmo irmão para propor o primeiro hino; ou cada vez o mesmo irmão para agradecer pelo pão e pelo cálice; ou, em assembleias maiores, não usa um único irmão para propor três ou ainda mais hinos na hora da Ceia, enquanto, aparentemente, nunca faz uso de outros irmãos, etc.

Temos associado demasiadamente essas coisas, de uma maneira unilateral, com a direção do Espírito Santo nas reuniões, mas ao examinarmos as Escrituras vemos que elas nunca o fazem. A Escritura nos apresenta, em 1 Coríntios 14, o crente espiritual com uma mente iluminada. Isso também é correto, porque aqui não se cogita sequer um contraste. A direção do Espírito Santo por um lado e, por outro lado, a vontade submissa à Palavra de Deus e a mente iluminada do crente espiritual (compare 1 João 5:20), são dois lados da mesma moeda. Quem é guiado pelo Espírito Santo em sua vida, é um crente espiritual; e o crente espiritual – isto é, o crente que sujeita a sua vontade à Palavra de Deus e age conforme a sua mente iluminada – é, por definição, guiado pelo Espírito Santo. Assim Paulo pôde dizer: “Falo como a entendidos” (1 Coríntios 10:15), ou seja, a crentes espirituais com uma mente iluminada que, em seu processo de desenvolvimento espiritual, alcançaram certa maturidade e são levados a uma conformidade cada vez maior com Palavra e o Espírito de Deus.

Como a Palavra de Deus é sóbria! A mente iluminada e sadia de Paulo dizia:

“Prefiro falar na igreja cinco palavras com a inteligência, do que dez mil palavras que ninguém entende e onde a minha própria mente fica infrutífera”.

Cinco palavras! Esta seria uma pregação para uma tarde de domingo, onde ninguém se cansaria ou logo pensasse: “Será que ele vai terminar logo?”. Nós diríamos: “Não se deve dizer mais do que o Espírito Santo lhe dá”. Porém, também podemos dizer: “O crente espiritual é suficientemente inteligente para não dizer mais do que realmente tem no coração; se tiver dito tudo, então ele tem a sabedoria suficiente para se sentar”.

Essas duas maneiras de se expressar não formam um contraste, mas são os dois lados da mesma moeda. Poderíamos citar inúmeros exemplos para ilustrar esses princípios, e alguns deles talvez possam elucidar ainda mais essa questão.

Um irmão pensa: “Eu não vou abrir a minha boca até que o Espírito Santo me dê algum sinal” – e nunca abre a sua boca. Ele pensa que a direção do Espírito Santo nas reuniões é algo como uma inspiração ou revelação especial pela qual devesse aguardar passivamente – e daí, claro, não acontece nada. Outro irmão tem o grande desejo de servir ao Senhor e à assembleia com um hino, uma oração ou uma palavra. Ele coloca esse desejo diante do Senhor; não se questiona se tem um dom ou se deve esperar para receber antes uma revelação especial de cima, mas simplesmente tem esse desejo no coração. E quando houver a oportunidade, ele fala as suas 5 (ou 500) palavras, e descarrega o seu coração por amor ao Senhor e aos irmãos. Ou então vem à sua mente, de maneira especial, um hino que cabe exatamente no desenrolar da reunião ou tem algo no coração que tem ligação com aquilo que outro irmão disse, e ele se sente impelido a propor esse hino ou expor aquela palavra. Ele nem sequer pensa na direção do Espírito Santo – da mesma forma que uma pessoa sadia não pensa continuamente no bater de seu coração ou na respiração – mas ele é espiritual, tem o desejo de servir à congregação, tem algo no coração e tem a liberdade de expressá-lo.

É simples assim. Em nenhum momento desliga a sua vontade iluminada ou a sua inteligência. Quando, na reunião de adoração ou na reunião de oração já orou por duas vezes, o seu entendimento iluminado lhe diz: “Aqui há tantos irmãos que também devem ter a oportunidade de orar. O Espírito Santo não quer que proponha cada hino, cada oração, cada palavra que me vem à mente”. O entendimento iluminado pergunta: “Estou servindo a mim mesmo? Não há outros que podem abrir a boca?”.

Sempre os espíritos dos profetas estão sujeitos aos profetas; nunca um irmão pode “se esconder atrás do Espírito Santo”.

O irmão, que é tão “ativo” nas reuniões, não pode dizer: “O Espírito me impeliu!”. E o irmão que nunca diz coisa alguma, não pode se desculpar: “O Espírito nunca me usa!” ou (pior ainda): “Não ouso experimentar essa questão da direção do Espírito Santo” (certa vez, ouvi alguém dizer isso). Eu me pergunto: “Como esses irmãos vivem durante a semana, porque aí precisamos da direção do Espírito Santo da mesma forma!”.

O irmão espiritual se pergunta com base em seu entendimento iluminado: “Será que não estou ativo demais hoje?” ou: “Como é possível que esteja tão calado hoje?”. Então ele coloca isso em silenciosa oração diante do Senhor: “Senhor, guarda-me da operação da carne; ajude-me para que possa servir para a edificação dos outros”. E isso significa exatamente o mesmo que: “Guia-me por meio do Teu Espírito”.

Nas Escrituras não encontramos nenhuma oração pedindo a direção do Espírito Santo (embora isso não seja errado por causa disso), mas antes, encontramos ali crentes espirituais, amadurecidos no conhecimento das Escrituras e dominados pelo espírito do amor, de 1 Coríntios 13, com um espírito abnegado, e com o profundo desejo de servir aos irmãos, independente do tipo de reunião.

Exatamente esse é o âmago de 1 Coríntios 14; ali não diz: “Procurai com zelo a direção do Espírito Santo”, mas:

“Procurai com zelo os [dons] espirituais”.

Na verdade, a palavra “dons” falta ali; talvez seria melhor dizer: “manifestações”. Porém, ali não se lê: Procurai as manifestações do Espírito Santo, mas as manifestações do crente inteligente, espiritual, ou seja, manifestações em conformidade com as Escrituras, para a honra do Senhor e edificação dos demais crentes.

Certamente, a direção do Espírito Santo nas reuniões é essencial, mas quem se concentra nisso, faz as coisas de modo errado. O crente espiritual não pensa no Espírito Santo na reunião de adoração, mas pensa (pelo poder do Espírito Santo!) no Pai e no Filho; ele está cheio de gratidão, de louvor e de adoração e expressa isso também, mas como crente espiritual que é, mantêm a sua mente iluminada (sadia), e o seu espírito em sujeição. Também quando serve na Palavra, não pensa primeiramente no Espírito Santo, mas pensa (pelo poder do Espírito Santo!) em Deus e em Cristo, como o Senhor do servo. Dirige-se a Ele com o ardente desejo de servir aos crentes, mas – visto que todos não podem se levantar ao mesmo tempo – também com o insistente pedido de que a sua própria vontade seja completamente submissa à vontade do Senhor; que Ele possa usar a quem quiser e que o irmão em questão possa reconhecê-lo claramente, e que o Senhor lhe dê ousadia para dizer aquilo que tem no coração.

Se todos orarem dessa forma, todos são espirituais, estão sendo guiados pelo Espírito Santo – tanto aquele que se levanta como também os que permanecem sentados. Aquele que levanta, se for espiritual, será tão inteligente (ou guiado pelo Espírito – aqui de novo é exatamente o mesmo) de não dizer mais do que as 5 (ou 500, ou 5000) palavras que tem no coração; e aqueles que permanecem sentados – se forem espirituais (ou guiados pelo Espírito Santo) – serão tão inteligentes que prestarão atenção ao irmão, em um espírito receptivo e com boa vontade, até que esse termine.

Gostaria de acrescentar ainda algo acerca da direção do Espírito Santo na vida cotidiana. Todos nós temos adquirido bastante conhecimento por meio da educação em casa, bem como na escola. Além disso, cada ser humano dispõe de uma porção menor ou maior de inteligência natural sadia (isto é, a capacidade congênita de poder julgar algo de modo prático, em contraste com o conhecimento adquirido por meio de aprendizagem).

Nós podemos empregar todos esses conhecimentos e a nossa inteligência de forma carnal ou espiritual; em favor dos próprios interesses, das próprias possessões, da própria honra, ou para a honra do Senhor e para o proveito de nossos semelhantes.

Em cada passo que damos, até mesmo nos assuntos mais corriqueiros da vida, somente há duas possibilidades: recebemos as bênçãos terrestres e espirituais como vindas da mão do Senhor ou as vemos como mérito próprio e algo natural? As recebemos dEle para nós mesmos, por interesse e para proveito próprio ou para a Sua honra e para o serviço em favor de outros?

Ao cumprirmos as nossas obrigações, buscamos a nossa própria glória, nossos interesses, ou novamente a honra do Senhor e o bem do próximo?

Seja em qual das circunstâncias da vida cotidiana você pense, você há de constatar que sempre uma ou mais dessas questões estão em jogo. E trata-se exatamente das mesmas questões também em nossas reuniões!

E é exatamente por isso que em princípio não há diferença entre a direção do Espírito Santo nas reuniões e na vida cotidiana.

Extraído de “Ermunterung und Ermahnung”, pg. 259


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