Revista Leituras Cristãs
Conteúdo cristão para edificação
Aos Pais de Meus Netos - Análise de Famílias da Biblia - Abias, Asa, Josafá e Ezequias
“AOS PAIS DE MEUS NETOS”
Cartas de um avô aos pais de seus netos - G. C. WiIlis
ANÁLISE DE FAMÍLIAS DA BÍBLIA
Abias
Embora a mãe de Abias fosse israelita e não amonita como a mãe de Roboão, seu pai, ela também foi uma idolatra, conforme acabamos de ver no tópico anterior. Dessa forma, não é com muita surpresa que lemos que também Abias "andou em todos os pecados que seu pai havia cometido antes dele; e seu coração não foi perfeito para com o SENHOR seu Deus como o coração de Davi, seu pai. Mas por amor de Davi, o SENHOR seu Deus lhe deu uma lâmpada em Jerusalém, levantando a seu filho depois dele, e dando estabilidade a Jerusalém" {I Reis 15:3-4}.
Vemos, pois, que o péssimo exemplo do pai fez com que este rei debandasse do caminho. Que advertência para nós que somos pais! Que o Senhor nos guarde de andarmos por um caminho de pecado em que nossos filhos poderiam nos seguir também! Pois foi justamente o que aconteceu entre Roboão e Abias.
Mas não foi somente o pai que induziu seu filho a um caminho de pecado. O fato de o Espírito de Deus fazer menção tão detalhada do nome e caráter de sua mãe {I Rs 15:2,13} revela-nos que ela também influenciou na formação de seu caráter. O que nos chamará a atenção ao lermos estas histórias dos reis do Velho Testamento é que na maioria dos casos é feito menção do nome de suas mães. É para nos mostrar que sobre as mães repousa uma grande parte da responsabilidade quanto à futura atitude de seus filhos. Nos dias da infância, quando a criança acolhe as impressões que valem para a sua vida, é com a mãe que ela se ocupa em tempo proporcionalmente maior do que com o pai ou qualquer outra pessoa. Isso não faz diminuir a responsabilidade do pai, porém realça a responsabilidade da mãe.
Mas a misericórdia e graça de Deus brilha até mesmo na vida desse rei: Sob seu governo Judá experimentou um certo alívio, "porque confiaram no SENHOR Deus de seus pais" {2 Cr 13:18}. Mas o que é notável neste homem é que teve em Asa um filho acertado, embora ele mesmo tenha andado "em todos os pecados que seu pai havia cometido antes dele" . Muitos têm dificuldade em entender como foi possível, porém não está a razão no verso que já foi citado: "Mas por amor de Davi o SENHOR seu Deus lhe deu uma lâmpada em Jerusalém, levantando a seu filho depois dele, e dando estabilidade a Jerusalém"? Esse bom filho, Asa, foi-lhe dado por amor a Davi. Consideremos que Davi era somente o bisavô de Asa! Desta feita, a conduta de Davi trouxe benção à sua descendência até à quarta geração! Por outro lado, também sabemos que Deus igualmente visita a iniquidade dos pais nos filhos até à quarta geração (Êxodo 20:5). Trata-se de uma consideração muito séria para cada um de nós; que a nossa conduta diária pode ter reflexos de benção ou de prejuízo para nossos filhos e descendência até à terceira e quarta geração.
Asa
É notável que, pelo que eu saiba, não é feita a menção do nome da mãe de Asa; em compensação, é citada sua avó. Na verdade, esta é qualificada como "mãe" (1 Reis 15:10), porém a nota de rodapé em algumas traduções mais fiéis faz lembrar que na verdade era sua avó. Encontramos aqui uma certa advertência, mas ao mesmo tempo um estímulo para aquelas que são avós. Elas também exercem uma certa influência que se reverte para o bem ou para o mal daqueles pequenos com os quais têm comunhão. Que Deus nos ajude, nós que já somos avós, a legar apenas o melhor exemplo aos pequenos aos quais estas letras foram escritas.
Infelizmente, a avó de Asa não foi um bom exemplo. Em lugar disso, vemos que ela "havia feito a Asera uma abominável imagem". É por causa deste pecado que seu jovem e corajoso neto a depôs da dignidade de rainha-mãe, destruiu também a imagem e a queimou no vale de Cedrom (1 Reis 15: 13). Que alegria isso não deve ter sido ao coração de Deus! É por isso também que a avaliação divina deste rei atinge o seguinte teor:
"O coração de Asa foi, todos os seus dias, totalmente do SENHOR" (1 Rs 15:14). Este é um testemunho digno de ser anelado, e está em evidente contraste com o de seu pai, no verso 3: "e seu coração não foi perfeito para com o SENHOR, seu Deus". Contudo, no tempo de sua velhice, adoeceu Asa nos pés. No meu entender, esta é uma lição para nós, os mais velhos. Não é possível andar direito com os pés doentes. (N. do T.: os pés falam de nosso caminhar, de nossa conduta). "Ele guarda os pés dos seus santos" (1 Samuel 2:9). Que Ele também possa guardar nossos pés fortes e puros até avançada idade!
Josafá
O filho de Asa foi Josafá, um dos melhores reis de Judá. "Sua mãe se chamava Azuba, filha de Sili. Ele andou em todos os caminhos de seu pai Asa, não se desviou deles; e fez o que era reto perante o SENHOR" (1 Reis 22:42). "O SENHOR foi com Josafá, porque andou nos primeiros caminhos de Davi, seu pai, e não procurou a Baalins. Antes procurou ao Deus de seu pai, e andou nos seus mandamentos, e não segundo as obras de Israel. O SENHOR confirmou o reino na sua mão, e todo o Judá deu presentes a Josafá, o qual teve riquezas e glória em abundância. Tornou sê-lhe ousado o coração em seguir os caminhos do SENHOR, e ainda tirou os altos e o postes-ídolos de Judá" (2 Crônicas 17:3-6).
E: "dispuseste o coração para buscares a Deus" (2 Cr 19:3), embora "o povo não tinha ainda disposto o coração para com o Deus de seus pais" (2 Cr 20:33). Até parece que foi o prazer do SENHOR fazer este bom rei superabundar no Seu louvor. Leiam vocês mesmos a história do rei Josafá em 2 Crônicas 17:1 até o capítulo 21:1, e deixem influir também sobre vocês a alegria e o gozo das grandiosas vitórias sobre os filhos de Moabe, os filhos de Amom e todos os outros que se levantaram contra ele (cap. 20). Ouvi as nobres palavras, firmes na fé: "Crede no SENHOR vosso Deus, e estareis seguros; crede nos seus profetas, e prosperareis"! Tal fé irrompe em louvores, como nós próprios por vezes experimentamos, mesmo que mediante motivos não tão sublimes: "Aconselhou-se com o povo, e ordenou cantores para o SENHOR, que, vestidos de ornamentos sagrados, e marchando à frente do exército, louvassem a Deus, dizendo:
Rendei graças ao SENHOR, porque a Sua misericórdia dura para sempre"! Veja que isso ocorreu antes que Deus interviesse a favor deles, aniquilando os seus inimigos. Vocês acreditam que Deus teria deixado que sucumbissem após terem Lhe apresentado, em fé, um tal cântico de louvor? Impossível! "Tendo eles começado a Cantar e a dar louvores, pôs o SENHOR emboscadas contra os filhos de Amom e de Moabe, e os do monte Seir que vieram contra Judá, e foram desbaratados. Porque os filhos de Amom e de Moabe se levantaram contra os moradores do monte Seir, para os destruir e exterminar; e, tendo eles dado cabo dos moradores de Seir, ajudaram uns aos outros a destruir-se." Dessa forma, obtiveram grande vitória, e decorreram três dias enquanto saqueavam o despojo. Ao quarto dia se ajuntaram no vale de Beraca (que significa -"Vale da Benção"), "onde louvaram o SENHOR".
O caminho da fé e do cântico é um caminho abençoado. Sempre conduz ã vitória - pois "a alegria do SENHOR é a vossa força" - e posteriormente ao Vale da Benção. Que todos nós possamos conhecer mais e mais este caminho! Há muito tempo, antes de vocês terem nascido, o nosso lar também estava preenchido pelo canto. Um amigo nos deu de presente de casamento um canário e uma linda gaiola de latão, e esse pássaro nos foi um bom exemplo, que a mãe de vocês, aliás, de bom grado procurava imitar. Mas com o passar do tempo os cânticos foram diminuindo até que, por fim, cessaram de vez. Mas nós somente nos demos conta disto quando o canário, seguindo o nosso exemplo, também deixou de cantar. Foi aí que tomamos consciência de que algo não estava em ordem, e pela graça de Deus os cânticos voltaram novamente ã nossa casa. Que também em suas casas e corações os cânticos jamais venham a emudecer!
Que bonito seria se já pudéssemos terminar a história de Josafá por aqui, mas infelizmente isso não é possível, pois lemos: "Depois disto Josafá, rei de Judá, se aliou com Acazias, rei de Israel, que procedeu iniquamente" (2 Cr 20:35). Aliou-se com ele para fazerem navios que fossem a Társis; porém o SENHOR destruiu as embarcações, "e não puderam ir a Társis". Ao ler 1 Reis 22:50 parece-nos que Josafá entendeu a lição de que nós não podemos nos ligar aos ímpios, pois agora lemos que ele recusa seguir com Acazias.
Parece-me que o Espírito Santo procura encobrir parcialmente a falha de Josafá, pois o amor encobre uma multidão de pecados. Somente em 2 Crônicas 21:6, lemos que Jeorão, o filho de Josafá, tinha por mulher uma filha de Acabe. Esta filha de Acabe levou o filho do bom rei Josafá a afastar-se do reto caminho. "Fez o que era mau perante o SENHOR". Poderia ter tido um fim diferente?: "Reinou oito anos em Jerusalém. E se foi sem deixar saudades." Esta é a triste história de um rei mau, filho de um dos melhores reis de Judá. E tudo só por causa de sua mulher! O casamento com esta mulher deu-se, provavelmente, à temporária, porém profana ligação que seu pai teve com um homem mau. Que lição para nós! Josafá perdeu seu filho devido a esta aliança com Acazias.
Mas essa trágica história ainda não termina por aqui. O filho de Jeorão foi Acazias (talvez recebeu o seu nome em homenagem ao tio, o mau rei de Israel), e sua mãe Atalia, filha de Onri, procedia da casa de Acabe, e foi uma das mais ímpias mulheres que já viveram. O neto de Jeorão foi Joás, o rei que enquanto criança tinha sido escondido e posto a salvo por sua tia Jeosabeate (que palavra de consolo para todas as tias!). O seu bisneto foi Amazias. Se agora consultarmos o primeiro capítulo do evangelho de Mateus, notaremos que estes três reis, Acazias, Joás e Amazias, foram apagados do "livro da genealogia de Jesus Cristo, filho de Davi, filho de Abraão". Não foram considerados na genealogia de nosso Salvador. Lemos apenas que Jorão gerou a Uzias (Mt 1:8). Que vergonha e que prejuízo eterno para um tão grande e bom homem! Tudo é conseqüência da amizade com o mundo e talvez do desejo de obter um pouco do ouro de Társis. Pelo ganho almejado ele teve que pagar um preço alto demais. O fim de seus queridinhos será o mesmo, caso vocês procurarem, tal como Josafá, a amizade do mundo. De Davi procedeu uma benção pelas quatro gerações que o seguiram, de Josafá procedeu a maldição. Queira Deus nos guardar, pois nós próprios não somos capazes.
Não gostaria de me ocupar com a maldosa ingratidão de um Joás ou com o coração dividido de seu filho Amazias (2 Crônicas 24:22 e 25:2). Que o próprio Deus nos guarde destes pecados, pois nós também pendemos a eles. Vocês vão notar que Joás foi assassinado por seus próprios servos. Um desses servos era o filho de um amonita e outro, o filho de uma moabita. Quão silenciosa, porém, seriamente, a Escritura comenta uma desobediência: a tolerância de tais casamentos tão severamente proibidos e, depois, ainda, a permissão de que a prole desses matrimônios tivesse trânsito no pátio real.
Vocês, certamente notaram que nestes capítulos todos, muitas vezes foram mencionados os nomes das diversas mães, por exemplo nos capítulos 25: 18, 26:3, 27: 1. Queridas mães, quão grande responsabilidade repousa sobre os ombros de vocês. E esta responsabilidade não pode ser transferida a ninguém, nem mesmo se alguma de entre vocês fosse uma rainha. É, e continua sendo, a especial responsabilidade de vocês a de educar os seus pequenos mui queridos nos caminhos do Senhor, enquanto os seus corações ainda forem jovens e tenros. Tais anos passam rápido demais, e se vocês não fizerem proveito dessa oportunidade que o Senhor lhes dá, enquanto os filhos ainda forem pequenos, poderá ser tarde demais antes que vocês se dêem conta disso. Nem mesmo todo o ouro de Társis poderá compensar o prejuízo de o nome deles não constar no livro da vida... porque vocês estiveram por demais ocupados com outras coisas e não acharam tempo para educar os seus filhos para o Senhor.
Ezequias
Também Ezequias foi um dos bons reis de Judá. "Sua mãe se chamava Abia, e era filha de Zacarias" (2 Crônicas 29:1). Essa informação não será apagada por toda a eternidade. Faz lembrar dos anos em que silenciosa e pacientemente foi educado em oculto, desde o berço até ao trono. E quando lermos acerca de tudo aquilo que Ezequias fez de bom a seu país e a seu povo, nos daremos conta de que isso, aos olhos de Deus, em grande parte, se devia a Abia, filha de Zacarias. Que estímulo para vocês que são mães vocês mesmas! - O pai dele, por sua vez, era um homem mau.
Esta é uma daquelas histórias que cada um de vocês deveria estudar para que por meio dela sejam consolados. Ezequias foi como um pai para o seu povo. "Ezequias falou ao coração de todos os levitas que revelavam bom entendimento no serviço do SENHOR". Como é lindo ler tais palavras! Ainda em outra ocasião, face a um poderoso inimigo, ouvimo-lo dizer a seu povo: "Sede fortes e corajosos, não temais nem vos assusteis por causa do rei da Assíria, nem por causa de toda a multidão que está com ele; porque (conosco estão mais do que) com ele. Com ele está o braço de carne, mas conosco, o SENHOR, nosso Deus, para nos ajudar e para guerrear nossas guerras. O povo cobrou ânimo com as palavras de Ezequias, rei de Judá" (2 Crônicas 32:7-8).
Mais uma vez, gostaríamos que nossa história terminasse por aqui, mas ainda existe algo a dizer. Por alguma boa e sábia razão, Deus ordenou que fosse dito a Ezequias que para ele era chegado o tempo de morrer; ainda que, tendo cerca de 39 ou 40 anos de idade, fosse relativamente jovem. Os caminhos de Deus sempre são os melhores, até mesmo quando se trata desse assunto; mas Ezequias virou o rosto para a parede, e orou ao SENHOR,... e chorou muitíssimo. Orou séria e desesperadamente, porém eu temo que sua oração não estava permeada da condição: "faça-se a Tua vontade". Deus lhe concedeu a petição, como às vezes o faz quando estamos firmemente decididos a obter o que almejamos, e lhe acrescentou mais quinze anos à sua vida. Mas oh, tais quinze anos não fizeram brilhar o resplendor dos quinze anos anteriores. A soberba lhe veio ao coração (2 Cr 32:25-26). Após três anos teve um filho, ao qual chamou Manasses, e que significa "Esquecimento". Ao lermos 2 Cr 32:25, quase podemos entender que Ezequias se esqueceu dos "benefícios que lhe foram feitos". Passados os quinze anos que Deus acrescentara à vida de Ezequias, Manasses era da idade de apenas doze anos, "e cinqüenta e cinco anos reinou em Jerusalém. Fez o que era mau perante o SENHOR, segundo as abominações dos gentios que o SENHOR expulsara de suas possessões de diante dos filhos de Israel. Pois tomou a edificar os altos que Ezequias, seu pai, havia derribado, levantou altares aos Baalins, fez postes ídolos, e se prostrou diante de todo o exército dos céus, e o serviu. Edificou altares na casa do SENHOR, da qual o SENHOR tinha dito: em Jerusalém porei o meu nome para sempre. Também edificou altares a todo o exército dos céus nos dois átrios da casa do SENHOR..." O relato ainda prossegue descrevendo outros horríveis pecados deste mau rei, filho aliás de um dos melhores reis de Judá, mas que nasceu em decorrência da soberba e da obstinação (que é a teimosia da vontade própria}. O relato no livro dos Reis quase pode ser considerado ainda mais terrível: “... por causa do sangue inocente que ele derramou, com o qual porque (conosco estão mais do que) com ele. Com ele está o braço de carne, mas conosco, o SENHOR, nosso Deus, para nos ajudar e para guerrear nossas guerras. O povo cobrou ânimo com as palavras de Ezequias, rei de Judá" (2 Crônicas 32:7-8).
Mais uma vez, gostaríamos que nossa história terminasse por aqui, mas ainda existe algo a dizer. Por alguma boa e sábia razão, Deus ordenou que fosse dito a Ezequias que para ele era chegado o tempo de morrer; ainda que, tendo cerca de 39 ou 40 anos de idade, fosse relativamente jovem. Os caminhos de Deus sempre são os melhores, até mesmo quando se trata desse assunto; mas Ezequias virou o rosto para a parede, e orou ao SENHOR,... e chorou muitíssimo. Orou séria e desesperadamente, porém eu temo que sua oração não estava permeada da condição: "faça-se a Tua vontade". Deus lhe concedeu a petição, como às vezes o faz quando estamos firmemente decididos a obter o que almejamos, e lhe acrescentou mais quinze anos à sua vida. Mas oh, tais quinze anos não fizeram brilhar o resplendor dos quinze anos anteriores. A soberba lhe veio ao coração (2 Cr 32:25-26). Após três anos teve um filho, ao qual chamou Manasses, e que significa "Esquecimento". Ao lermos 2 Cr 32:25, quase podemos entender que Ezequias se esqueceu dos "benefícios que lhe foram feitos". Passados os quinze anos que Deus acrescentara à vida de Ezequias, Manasses era da idade de apenas doze anos, "e cinquenta e cinco anos reinou em Jerusalém. Fez o que era mau perante o SENHOR, segundo a abominações dos gentios que o SENHOR expulsara de suas possessões de diante dos filhos de Israel. Pois tomou a edificar os altos que Ezequias, seu pai, havia derribado, levantou altares aos Baalins, fez postes ídolos, e se prostrou diante de todo o exército dos céus, e o serviu. Edificou altares na casa do SENHOR, da qual o SENHOR tinha dito: em Jerusalém porei o meu nome para sempre. Também edificou altares a todo o exército dos céus nos dois átrios da casa do SENHOR ... " O relato ainda prossegue descrevendo outros horríveis pecados deste mau rei, filho aliás de um dos melhores reis de Judá, mas que nasceu em decorrência da soberba e da obstinação (que é a teimosia da vontade própria). O relato no livro dos Reis quase pode ser considerado ainda mais terrível: “... por causa do sangue inocente que ele derramou, com o qual encheu a cidade de Jerusalém; o SENHOR não quis perdoar" (2 Rs 24:4). "Manasses fez errar a Judá e os moradores de Jerusalém, de maneira que fizeram pior do que as nações que o SENHOR tinha destruído de diante dos filhos de Israel. Falou o SENHOR a Manasses e ao seu povo, porém não deram ouvidos. Pelo que o SENHOR trouxe sobre eles os príncipes do exército do rei da Assíria, os quais prenderam a Manasses com ganchos, amarram-no com cadeias, e o levaram a Babilônia. Ele, angustiado, suplicou deveras ao SENHOR seu Deus, e muito se humilhou perante o Deus de seus pais; fez-l1le oração, e Deus se tomou favorável para com ele, atendeu-lhe a súplica...” (2 Cr 33:9-13). Somente então "reconheceu Manasses que o SENHOR era Deus."
Mesmo que sob um aspecto seu pecado não pudesse ser perdoado - note que é devido a este que Jerusalém foi destruída (Jeremias 15:4) -, mas no âmbito pessoal até mesmo um pecador como Manasses pode obter pleno e gratuito perdão da parte do Deus de Israel. Aquela oração de arrependimento que se fez ouvir na prisão em Babilônia foi de tanto valor para Deus, que Este permitiu que fosse inscrita como estímulo a outros pecadores que, arrependidos, também queiram voltar a Deus. Este Deus que hoje ainda é o mesmo: "é misericordioso, e compassivo, e tardio em irar-se, e grande em benignidade, e se arrepende do mal (Joel 2:13). Meus queridos, caso venha a acontecer que um dentre vocês algum dia se desvie do caminho estreito, então lembrem-se de que o caminho para o retomo está livre e desimpedido, e que o PAI está pronto a perdoar, e sem uma palavra de censura. Todos estamos bem cientes do que somos merecedores e até não entendemos porque não o recebemos. De fato, é de se admirar que Deus é um DEUS assim; contudo, é verdade! Manasses experimentou ser Ele fiel à Sua Palavra, comprovou que é ainda muito mais ... e nós também podemos nos dar conta disso. A este rei, que se humilhou, Deus concedeu um neto cujo nome foi Josias, e que veio a ser um dos melhores dentre toda a longa lista dos reis de Judá. Esta é a graça de Deus.
Este pequeno neto de Manasses tinha apenas seis anos quando morreu o seu avô, mas podemos, mesmo assim, crer que a profunda humilhação e i arrependimento do velho rei, somados ao enérgico empenho que empreendeu em remover os ídolos que ele mesmo estabelecera e também em restaurar o altar do SENHOR (2 Cr 33:12-16) imprimiram profundas marcas sobre a pequena criança. Podemos crer que a mão de Deus se fez valer de todas essas impressões para orientar este pequeno a seguir ousadamente na mesma direção. É' triste, contudo, vermos que o próprio filho de Manasses, Amom, que tinha apenas vinte e dois anos de idade quando morreu seu pai, não foi influenciado por essa conversão; ao contrário, simplesmente deu continuidade aos pecados dos anos anteriores; "não se humilhou perante o SENHOR, como Manasses, seu pai, se humilhara; antes Amom se tomou mais e mais culpável" (2 Cr 33:23).
Temos aqui uma séria e importante mensagem para os nossos corações: que já na tenra infância encaminhemos os nossos filhos no reto caminho. Lembremo-nos de que eles seguem por onde nós os conduzimos.
Um testemunho diante dos homens