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Revista Leituras Cristãs

Conteúdo cristão para edificação

Como conhecer a vontade do Pai

COMO CONHECER A VONTADE DO PAI

 

NOSSA SITUAÇÃO ESPIRITUAL

Se um filho tivesse por hábito desprezar seu pai, sem sequer dar -se ao trabalho de procurar conhecer as opiniões e a vontade dele, seria fácil deduzir que tal filho não sabe o que seria do agrado do pai, quando se deparasse com alguma dificuldade em seu caminho.

Há coisas na nossa vida a respeito das quais Deus nos forneceu somente princípios gerais, para por à prova a situação da alma de cada um. 

Como próximo exemplo, tomemos o relacionamento entre a esposa e seu marido. Dado que ela tenha os sentimentos e o espírito de uma esposa, fica claro que não terá dúvida nem sequer por um instante, a respeito do que seja agradável a seu marido, mesmo numa situação em que ele não tenha manifestado o seu desejo. Ora, isso é algo que precisa ser exercitado. Deus não há de permitir que seus filhos se esquivem de passar por esse exercício. "Se os teus olhos forem bons todo o teu corpo será luz" (Mt. 6:22).

As pessoas gostariam de possuir algo de fácil consulta, talvez assim como um livro de receitas, para consultar a respeito da vontade de Deus. 

Não existe, no entanto, nenhum meio de conhecê-la, que não esteja diretamente relacionado com o estado da nossa alma.

Além disso, nós, muitas vezes, aos nossos olhos somos demais importantes, a ponto de nos enganarmos a nós mesmos, quanto à vontade de Deus a nosso respeito. Talvez, referente a uma pergunta que nos preocupa, Deus não pretenda responder. Talvez seja a vontade Dele que ocupemos uma posição insignificante.

Às vezes, procuramos descobrir a vontade de Deus nas circuns­tâncias em que Sua única vontade é que não nos envolvamos nelas, circunstâncias, nas quais a nossa consciência, caso estivesse em ação, nos teria acusado, ocasionando, assim, nossa retirada. Embora seja

a nossa própria vontade que nos leva a essas circunstâncias, gostaríamos, mesmo assim, de ter a satisfação de ser guiados por Deus. Prática essa, amplamente difundida. 

Com certeza não teremos dificuldade em reconhecer a vontade de Deus, quando estivermos próximos a Ele. Durante uma longa vida de atividades poderia acontecer que Deus nem sempre nos manifestasse logo a Sua vontade, a fim de nos sentirmos dependentes Dele, especialmente quando temos a tendência para agir conforme a nossa própria vontade. Repito: "Se o teu olho for bom, todo o teu corpo será luz". Portanto, se o teu corpo não for luz, também o teu olho não é bom. Talvez você diga: isso é um consolo muito modesto; eu respondo: é um grande consolo para aqueles cujo único desejo é possuir olhos bons, para poder andar com Deus.

"Se alguém andar de dia, não tropeça porque vê a luz deste mundo: mas se andar de noite, tropeça, porque nele não há luz" (João 11:9-10). O princípio é sempre o mesmo. "Quem me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida" (João 8: 12). Você não pode se desvencilhar dessas regras da moral do cristianismo. "Por esta razão, nós também, desde o dia em que o ouvimos, não cessamos de orar por vós, e de pedir que sejais cheios do conhecimento da sua vontade, em toda sabedoria e Inteligência espiritual; para que possas andar dignamente diante do Senhor, agradando-lhe em tudo, frutificando em toda boa obra, e crescendo no conhe­cimento de Deus" (Cl 1 :9-10).

A reciprocidade dessas duas verdades - conhecer a vontade de Deus para fazê-la, e, fazê-la para poder conhecê-la - é de suma importância para a alma. É necessário conhecer muito bem o Senhor, para poder andar digno Dele. Dessa forma será, também, possível crescer no conhecimento do Senhor. "E peço Isto: Que a caridade abunde mais e mais em ciência e em todo conhecimento. Para que aproveis as coisas excelentes, para que sejais sinceros, e sem escândalo algum até ao dia de Cristo" (Fp 1 :9-10).

Finalmente ainda lemos: "Mas o que é espiritual discerne bem tudo, e Ele de ninguém é discernido" (2 Co 2:15).

Assim, é a preciosa vontade de Deus, que a nossa possibilidade em reconhecer a Sua vontade esteja diretamente condicionada ao nosso estado espiritual. Pode ser que consideramos estar em condições para avaliar circunstâncias, con­tudo, Quem avalia o nosso estado espiritual é Deus. A nós cabe ficarmos perto Dele. Deus não seria bom para conosco, se nos  permitisse conhecer Sua vontade sem ficarmos perto Dele. Poderia ser até mesmo confortável estipular uma diretriz para a nossa consciência. Dessa forma, fica­ríamos poupados de termos que nos submeter a correções, quanto ao nosso comportamento moral. Se você pretender descobrir a vontade de Deus, sem usar do auto-julgamento, a sua intenção não será boa; mas é o que se vê diariamente. 

Um crente pode ter dúvidas ou incertezas a respeito de certa decisão, outro, mais espiritual do que ele, não vê nenhuma difi­culdade, e, fica surpreso com as dúvidas são primeiro, chegando, assim, a entender que essas dúvidas são devidas ao estado da alma daquele. "Pois aquele em quem não há estas coisas é cego, nada vendo ao longe" (2 Pedro 1:9).

 

DIREÇÃO POR CIRCUNSTÂNCIAS

No que se refere a circunstâncias, creio eu, é perfeitamente possível sermos guiados por elas; a Escritura é clara nesse ponto, no exemplo de Salmos 32:9" ... com cabresto e freio ... são dominados". A promessa e o privilégio de quem tem fé está,

contudo, em contraposição a isso:" "lnstruir-te-ei, e ensinar-te-ei o caminho que deves seguir; guiar-­te-ei com os meus olhos" (v. 8). Deus que é fiel, deu-nos a promessa de nos mostrar o caminho de uma maneira direta. Se estivermos perto de Deus, entendê-lo-emos por meio de um simples gesto.

Ele nos adverte para não sermos como a mula ou o cavalo, que não conhecem a vontade, os pensamentos e os desejos do seu Senhor, mas com freio e cabresto precisam ser retidos. Sem dúvida, ainda é melhor sermos dominados dessa maneira, do que cairmos ou resistirmos a quem assim nos domina. Mas é uma situação triste, sermos guiados por circunstâncias. Esse procedimento por parte de Deus é um ato de misericórdia, no entanto, para nós é lamentável.

Nessa altura, temos de diferenciar entre definir o que deva ser feito em determinadas circunstâncias, e, o simples ser guiado pelas circunstâncias. Quem se deixa guiar por circunstâncias, está obscurecido no que diz respeito a reconhecer a vontade de Deus. Nessa maneira de agir não reside, absolutamente, nenhuma energia da moral, visto que são forças exteriores que determinam os procedimentos que se fazem necessários. Pode, no entanto, acontecer que não sei de antemão o que deva fazer, pois não sei com que circunstâncias ou situações vou me deparar, e, consequentemente não posso tomar nenhuma iniciativa. No momento, porém, em que as circunstâncias aparecerem, saberei com convicção absoluta e divina o caminho segundo os pensamentos de Deus e a intenção do Espírito.

Isso predispõe ao mais elevado grau de espiritualidade, e, não é estar sendo guiado por situações, mas significa estar sendo dirigido por Deus, em meio a situações. Estando próximos a Deus, teremos a capacidade para decidir prontamente o que devemos fazer, tão logo nos defrontarmos com as circunstâncias.

 

DIREÇÃO POR MEIO DE IMPRESSÕES E SENTIMENTOS

Quanto a impressões e sentimentos pessoais, estou certo de que Deus os promove e suscita dentro de nós. Em tais casos, no entanto, teremos clareza absoluta a respeito do assunto. Na oração, Deus pode afastar certas influências da carne. Uma vez afastadas, há espaço para impulsos espirituais, os quais então envolvem a alma toda. Dessa maneira, Deus nos permite sentirmos a importância de uma tarefa, que, até então talvez, estivesse oculta sob um espaçoso desejo que muito nos ocupava...

Sentimentos provenientes de Deus não permanecem obscuros ou duvidosos. Quando são operados por Deus, geralmente são explícitos. Por isso, não duvido de que Deus muitas vezes opera impressões em nosso espírito quando andamos com Ele e damos ouvidos à Sua voz.

 

Empecilho em nosso caminho


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