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Revista Leituras Cristãs

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Dois Casais - No Livro de Juízes

“Cada um fazia o que parecia reto aos seus olhos” (Juízes 17:6; 21:25).

Este é o versículo chave do livro de Juízes. Robert Lee escreve em seu livro “Esboço e estrutura dos livros bíblicos”:

“Já o livro de Números é um livro triste... mas o livro de Juízes é um livro muito mais triste e sério, pois fala das falhas de Israel, não em quarenta, mas dez vezes quarenta anos aproximadamente”. Mas depois continua: “Não há só trevas: a ênfase colocada nas transgressões repetidas de Israel dá a impressão de que os 400 anos do tempo dos juízes transcorreram no pecado. No entanto, esse não foi o caso, pois dos 400 anos houve em torno de 300 anos, durante os quais o povo foi fiel”.

Eu recomendo a todos que leiam, no livro de Juízes, acerca dos dois casais, cuja história é brevemente abordada a seguir.

Eu abri mão, em grande parte, das conclusões desses relatos bíblicos para o nosso tempo. Espero que os fatos descritos falem por si mesmos.
 

1. Otniel e Acsa
Juízes 1:12-15 e 3:9-11

Aqui nos encontramos com um homem e uma mulher, conhecidos em Israel pelo nome. Eram pessoas que apareceram em público.

Foi Otniel quem conquistou a cidade de Quiriate-Sefer. Ele foi um homem que participou ativamente na luta para tomar posse da terra, assim como Deus ordenara. Ele se levantou como salvador em Israel. Lutou contra o rei da Mesopotâmia e o derrotou. Julgou Israel quarenta anos. Isso ele fez tão bem, que o país teve paz de seus inimigos durante esses quarenta anos.

Esse trabalho de uma vida só nos é comunicado sob a forma de um relatório, sem ser particularmente enfatizado. Mas talvez possamos estimar o que estes quarenta anos significaram.

Acsa também era, até certo ponto, uma mulher conhecida do público, mas de um modo que é decoroso para uma mulher. Ela era a filha de Calebe.

Calebe era um líder em Israel quando tomaram posse da terra. Ele era uma personalidade extraordinária. Ele e Josué foram os únicos homens que, ao sair do Egito, estavam com mais de vinte anos, e chegaram à terra de Israel. Eles eram homens fiéis a Deus e aprovados. Na verdade, isso não tem nada a ver com Acsa, a filha de Calebe, mas indiretamente sim.

Calebe prometera a sua filha como esposa ao homem que conquistasse Quiriate-Sefer. Com isso ela se tornou conhecida do público. Não é dito nada acerca da sua conduta estando no centro das atenções. Mas podemos imaginar que as filhas de homens ilustres tenham um pouco mais dificuldade para que a fama do pai não lhes transtorne a cabeça. Acsa parece não ter sucumbido a esse perigo.

Chego à essa conclusão, pois, caso contrário, um homem tão excelente como Otniel não teria lutado por ela e nem pedido a mão dela.

Então Otniel e Acsa celebraram seu casamento. O presente de casamento de seu pai era um campo, uma terra seca, voltada para o sul, de modo que o sol ardia com toda a força sobre ele. Isso era bom, mas não sem água.

Então Acsa ainda pede fontes de água a seu pai. Essa solicitação fazia muito sentido, por um lado. Correspondia exatamente ao cuidado de uma mulher por sua família, como está descrito em Provérbios 31. E eles eram recém- casados.

Este pedido, em segundo lugar, estava dentro das possibilidades. Não era indecente, excessivo, ganancioso ou inadequado para com o pai.

Este casal do livro de Juízes causa uma boa impressão. Ambos são conhecidos pelo nome. Otniel é uma benção para o povo de Israel, e ele foi um libertador antes de ter uma esposa e um salvador e juiz quando tinha essa mulher.

Embora Acsa viesse de uma casa famosa em Israel, não era orgulhosa, desconsiderada ou convencida. Ela se comportou normalmente, era sociável e preocupada.

Seu pai, Calebe, era um herói em Israel - um herói na fé e na batalha. Ele estava preocupado quanto ao marido que sua filha iria ter. Quando Otniel se mostrou idôneo no que diz respeito à coragem e à fé, ele cumpriu com sua palavra realizando o casamento. Em seguida, ele deu ao jovem casal um bom capital inicial como base econômica.

2. Manoá e sua mulher
Juízes 13

Nesta história também quarenta anos desempenham certo papel, mas um papel negativo e opressivo.

Por quarenta anos o povo de Israel estava sob escravidão na mão dos filisteus. Durante este tempo, houve uma pequena luz. Havia Manoá e sua esposa.

Manoá era da tribo de Dã da cidade de Zorá. Até Timnate, cidade fronteiriça dos filisteus, eram apenas sete a oito quilômetros. Portanto, uma caminhada de duas horas. Eles tinham, por assim dizer, os inimigos de Israel na sua porta. Isso certamente afetava toda a vida na aldeia e a cada indivíduo.

Evidentemente o casal vivia muito retirado. Não nos é dito que tiveram algum contato especial com qualquer um. Talvez a falta de filhos fosse a causa. O homem provavelmente estava ocupado com seus trabalhos. Isso terá sido bastante difícil nos dias da opressão. Ele não sabia muito acerca de Deus. Esta era uma característica geral do período dos juízes.

A mulher não sabia muito mais. Deus se revelou a ela por meio do anjo. Ele deu a promessa de um filho. A mulher, na verdade, não teve muita reação, mas creu.

O homem revelou mais fé. Ele soube como agir. Ele orou a Deus por mais uma revelação sobre este assunto.

Deus atendeu esse pedido. A seguir, Ele agiu de modo muito impressionante e claro na frente desse casal para evidenciar quem Ele era. E este casal então dá a Deus a glória que Lhe pertence. Eles caem em terra sobre seus rostos.

O homem reflete acerca desse assunto. Se foi Deus que se revelou a nós, então iremos morrer. Ele não expressa que eles, como todos os homens, eram pecadores diante de Deus. Mas sua conclusão é correta.

A mulher também pensou nisso. Ela, além disso, conta com a graça de Deus. E eles conversam acerca dessas conclusões que, na realidade, eram opostas. O resultado da conversa foi uma concordância e não (como muitas vezes acontece em questões religiosas) desunião.

Este casal do livro de Juízes nos causa uma impressão diferente de Otniel e Acsa. Mas também essa impressão é boa. Ambos, como casal, não estavam em público. Eles viviam retirados.

Isso diz respeito, principalmente, à mulher. Seu nome nem sequer nos é citado. Não há menção dos pais. Talvez eles não vivessem mais.

Manoá e sua esposa eram filhos de seu tempo, no que diz respeito ao conhecimento de Deus. Na fé, porém, eles foram exemplares e foram escolhidos por Deus para se tornarem pais de Sansão.

Eles viveram de acordo com o conhecimento que tinham, e levaram Deus, o Deus de Israel, a sério.

Posfácio

O casamento de Otniel e Acsa foi uma benção para o povo de Israel. Na época de Otniel, o país tinha quarenta anos de descanso de seus inimigos. Antes e depois da construção da casa, eles levaram uma vida para o povo de Deus.

O casamento de Manoá e sua esposa também foi uma benção para Israel. Seu filho, que lhes foi prometido, e foi criado por eles, tornou-se um salvador para Israel. Ele libertou o povo da opressão dos filisteus por quarenta anos. Depois de receberem a promessa do nascimento de seu filho, eles levaram uma vida de abstinência. Isso se tornou uma benção para o povo de Deus.

P. B.


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