Revista Leituras Cristãs

Conteúdo cristão para edificação

Os Parentes / Familiares

Os Parentes / Familiares

OS PARENTES/FAMILIARES

 

“E, olhando em redor para os que estavam assentados junto dele, disse: Eis aqui minha mãe e meus irmãos. Porquanto, qualquer que fizer a vontade de Deus, esse é meu irmão, e minha irmã, e minha mãe” (Marcos 3:34–35).

 

Vamos analisar brevemente a importância que têm os familiares, mas também os perigos que eles representam para a nossa vida cristã, seguindo ao Senhor Jesus.

 

  • Privilégio

Que privilégio é ter pais, filhos ou outros parentes que creem em Deus! Não podemos agradecer a Deus o suficiente quando membros próximos da família proclamaram desde cedo o evangelho para nós e nos deram o exemplo de uma vida para Deus. Isso pode ter um impacto positivo para toda a vida. Timóteo é um bom exemplo disso (cf. 2 Tm 1:5). Paulo também se alegrou por causa dos parentes crentes que ele tinha em Roma e que saudou especialmente (Rm 16:7, 11, 21).

As relações de parentesco são muito fortes, pois as pessoas geralmente confiam umas nas outras e têm prazer em ajudar umas às outras. O próprio Senhor Jesus expressa indiretamente a natureza especial e a força de tais relacionamentos em uma declaração quando fala dos crentes do futuro remanescente judeu sendo entregues até mesmo por pais, irmãos ou filhos. Isso será muito doloroso para esses crentes, pois acontecerá de forma contrária à natureza, ou seja, contrariando o vínculo familiar (Mc 13:12–13).

 

  • Fardo para o Senhor

Apesar de todas as suas bênçãos, os relacionamentos familiares também podem ser um fardo e um obstáculo. Até mesmo nosso Senhor teve que dizer que não tinha honra “na sua pátria, entre os seus parentes, e na sua casa” (Mc 6:4). Os relacionamentos naturais podem até mesmo obscurecer nossa visão da fé ou influenciar negativamente nossa capacidade de julgamento. Por um lado, os parentes de Jesus queriam interromper Seu ministério porque achavam que Ele estava “fora de si” quando ensinava e realizava curas (Mc 3:21). Por outro lado, O pressionaram para que se mostrasse ao mundo, para que se tornasse conhecido publicamente (Jo 7:4). Em ambos os extremos, eles não agiram de acordo com os pensamentos de Deus e entristeceram o Senhor Jesus.

 

  • Problemas para personagens bíblicas

Encontramos outro exemplo muito instrutivo em Barnabé. Ele amava tanto seu sobrinho Marcos que estava determinado a levá-lo na segunda viagem missionária, apesar de seu fracasso em uma ocasião anterior, que evidenciava que o jovem servo ainda não havia sido aprovado. Esta circunstância levou a Paulo a se opor a que levassem a Marcos. Nesse caso, para Barnabé seu sobrinho era mais importante que o fiel cooperador, o que resultou em uma contenda e irritação entre ele e Paulo (At 13:13; 15:37–39).

O profeta Samuel agiu de maneira semelhante quando, em sua idade avançada, quis delegar sua tarefa de juiz a seus filhos que, no entanto, não eram adequados para isso. Sua capacidade de julgamento foi aparentemente obscurecida em relação a seus filhos e levou a consequências fatais (1Sm 8:1–5).

Na época de Neemias, o sumo sacerdote Eliasibe se havia aparentado com Tobias, um servo amonita (Ne 2:19; 13:4). Tobias havia feito muitas coisas más a Neemias (Ne 4:3; 6:12, 17-19), mas o relacionamento familiar levou mais tarde a Eliasibe a fazer uma câmara para Tobias nos pátios da casa de Deus na ausência de Neemias (Ne 13:7). Portanto, é possível chegar ao ponto de desconsiderar os padrões divinos por causa do relacionamento familiar, misturando o impuro com o puro, mesmo como sumo sacerdote.

 

  • Perigo para nós

Mas o erro que Barnabé, Samuel ou Eliasibe cometeram, em princípio, também pode ser cometido por nós — se não permanecermos próximos do Senhor. Nossos parentes ou familiares podem se tornar tão importantes para nós que nosso julgamento a respeito do seu comportamento é obscurecido e acabamos tolerando algumas coisas deles que desonram a Deus e que normalmente julgamos claramente em nossos irmãos e irmãs. Ou quando as famílias crentes seguem ou começam a seguir caminhos cristãos diferentes, pode acontecer que as afeições naturais ou o desejo de manter a “paz familiar” devido aos laços de parentesco, nos induzam a abrandar os padrões de Deus e não julgamos mais “tão rigorosamente” certas ações ou pontos de vista como fazíamos antes. Isso se torna particularmente triste quando deixamos de agir de acordo com os padrões de Deus quando se trata da expressão mais elevada da comunhão cristã. Para evitar atritos familiares, estamos dispostos a praticar a comunhão na Ceia do Senhor com parentes que normalmente não partem o pão na Mesa do Senhor.

 

  • Conclusão

Que sejamos estimulados a imitar o Senhor também nesse aspecto. Ele não deu ouvidos a Seus irmãos quando eles o incentivaram a se mostrar ao mundo (Jo 7:4–9) e que, quando chamado publicamente para falar com Sua mãe e Seus irmãos, podia dizer que aqueles que fazem a vontade de Deus são Sua mãe, Suas irmãs e Seus irmãos.

Portanto, quando se trata de ser fiel ao Senhor, não permitamos que quaisquer laços familiares sejam mais importantes para nós do que nosso relacionamento no Senhor e a comunhão com aqueles que fazem a vontade de Deus. Somente assim poderemos ser totalmente úteis ao Senhor no ministério e dar muitos frutos para o Pai.

D. K.


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