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Revista Leituras Cristãs

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Profecia: Os Tempos finais (parte 2)

PROFECIA:

OS TEMPOS FINAIS 2

"Setenta semanas estão determinadas sobre o teu        povo e sobre a tua santa cidade, para extinguir a transgressão, e dar fim aos pecados, e expiar a iniqüidade, e trazer a justiça eterna, e selar a visão e a profecia, e ungir o Santo dos santos. Sabe e entende: desde a saída da ordem para restaurar e para edificar Jerusalém, até ao Messias, o Príncipe, sete semanas e sessenta e duas semanas; as ruas e as tranqueiras se reedificarão, mas em tempos angustiosos. E depois das sessenta e duas semanas será tirado o Messias e não será mais; e o povo do príncipe, que há de vir, destruirá a cidade e o santuário, e o seu fim será com uma inundação; e até ao fim haverá guerra; estão determinadas assolações. E ele firmará um concerto com muitos por uma semana; e, na metade da semana, fará cessar o sacrifício e a oferta de manjares; e sobre a asa das abominações virá o assolador, e isso até à consumação; e o que está determinado será derramado sobre o assolador. " (Dn 9:24-27- E.R.C.).

Este texto, que sem dúvida é de difícil interpretação, queremos examinar mais de perto. Ele é de significado decisivo para a compreensão de todas as referências proféticas que dizem respeito ao curto período de tempo, contido entre o arrebatamento dos crentes e o início do reino milenar. Neste trecho está a chave para a compreensão deste curto período, mas que abrange tantos acontecimentos.

Em vez de explicações abrangentes, vou procurar simples­mente reproduzir o texto com as minhas próprias palavras e acrescentar alguns comentários:

Versículo 24: Setenta semanas de anos1, ou seja, ainda restam 490 anos para o seu povo, Daniel: para Israel e a casa de Jerusalém. Após este período, o constante desprezo das leis. de Deus e a contínua transgressão do povo de Israel cessarão. O povo obterá acolhida junto à Deus mediante a morte de Cristo na cruz (será o mesmo critério que hoje se aplica aos verdadeiros cristãos). Nesta mesma época Deus há de implantar um reino eterno (termo que, nesta passagem, é uma alusão ao reino milenar) em que reina justiça. Será o cumprimento de todas as profecias antigas. O templo (de Ezequiel 40-48) será edificado e voltará a ser casa de Deus aqui na terra.

Versículo 25: Atente bem para o seguinte: a contagem desses 490 anos começará quando surgir a idéia da reconstrução da cidade de Jerusalém· (o que realmente aconteceu no ano 445 a.C., quando Neemias externou perante o rei Artaxerxes o desejo de reconstruir a cidade; veja Neemias 2). Contando-se a partir deste momento até ai> tempo do Messias (em grego: "Cristo", significando: o "Ungido") são 7 mais 62, portanto 69 semanas de anos (ou, simplesmente, 483 anos). A cidade de Jerusalém será reconstruída numa época de forte tribulação.

Versículo 26: Ao cabo das 62 semanas o Cristo será morto à força (será crucificado) e nada terá. Depois disto a cidade de Jerusalém e o templo serão destruídos pelo regente de um povo que também desempe­nhará importante papel nos tempos finais. A destruição virá inesperadamente. Jerusalém será arrasada (isso já aconteceu no ano 70 d.C., quando o general romano Tito tomou a cidade e destruiu o templo). E Deus espalhará o povo, que naqueles dias estiver vivendo na Palestina, por todos os quadrantes do vento. A seguir será intercalado um período mais ou menos longo, que não é mencionado aqui. Mas nos tempos finais irromperá outra vez violenta guerra; e da parte de Deus está firmemente determinado que haverá destruições terríveis.

1 Que esta é uma semana de anos e não de dias é uma conclusão sustentada por Levítico 25:8 e também pela interpretação das 69 semanas anteriores mencionadas no versículo 26.

Versículo 27: O Império Romano ressurgirá na forma de uma "Europa Unida" e terá um regente poderoso. Este regente firmará um tratado de amizade (ou de defesa) de 7 anos com os muitos (a parcela maior do povo judeu, que então estará totalmente afastado de Deus), os quais, por sua vez, terão sobre si um regente extremamente notável: o anticristo. O anticristo será um forte aliado do "regente romano". Porém na metade da última semana de anos (das 70 que estão determinadas), ou seja, decorridos 3 1/2 anos, haverá súbita interrupção do serviço de sacrifícios e ofertas de manjares que os judeus piedosos introduziram em Jerusalém. (Este é o momento em que Satanás será expulso do céu e precipitado na terra, e quando o anticristo se assentará no templo para ser adorado como se fosse Deus; veja Ap 12 e 2 Ts 2). Como resposta à introdução desta terrível idolatria no templo em substituição ao contínuo sacrifício, Deus fará com que venha sobre a terra da Palestina um assolador para executar juízo sobre os judeus ímpios, aniquilando-os completamente. Tudo isso está firmemente determinado por Deus, de modo que não haverá como escapar.

Vamos rever resumidamente os pontos essenciais deste estudo que acabamos de fazer:

1- Há um período de 490 anos previsto para o povo de Israel. Decorrido este tempo, começará o reino milenar de paz.

2- No entanto, passados 483 anos, esse período sofrerá uma interrupção de duração indeterminada. Isso ocorrerá depois da morte do Messias.

3- Contudo, após a crucificação do Messias, a cidade de Jerusalém e o templo ainda serão destruídos pelos Romanos.

4- Passada essa interrupção de duração· indeterminada, será firmado um tratado de sete anos entre uma "Europa Unida" e Israel (possivelmente já sob a liderança do anticristo).

5- Ao fim de 3 V2 anos, cessará o contínuo sacrifício em Jerusalém, pois uma abominação se estabelecerá no templo.

6- A seguir virá então a destruição e a assolação, isso ainda devido ao levantamento daquela abominação.

A pergunta decisiva com a qual queremos ocupar-nos agora é a seguinte: quando será firmado esse tratado de 7 anos? Vimos que o período de 490 anos culminará justamente com o início do reino milenar de paz. Isso já deixa suficientemente claro que as profecias referentes a esse tratado ainda não se cumpriram, pois o reino de paz, igualmente, ainda não se iniciou.

Seria, porventura, possível que esse tratado viesse a ser firmado numa época próxima ao arrebatamento da Igreja? Embora não tenhamos na Sagrada Escritura indicações precisas com respeito a datas, é de se supor que, juntamente com o término da época da Igreja de Deus sobre a terra, ou seja, com o arrebatamento, Deus imediatamente restabeleça Suas ligações com o Seu povo terrestre. O Espírito de Deus vai então operar no meio do povo, conduzindo algumas pessoas a uma fé viva em Deus. Se hoje algum judeu se converte since­ramente a Deus, ele é inserido na Igreja. Fica evidente, então, que esses dois períodos podem acontecer simultaneamente: as pessoas sendo acrescentadas à Igreja, e alguns judeus abraçando uma fé viva em Cristo e, todavia, permanecendo judeus (Gl 3:28 e Cl3:11).

Por outro lado, também é possível que, ocorrido o arrebatamento, ainda transcorra certo tempo até se inicie a última semana de anos. Mas é bom levar em consideração que a vinda do Senhor para buscar a Igreja e depois estabelecer o reino é vista na Sagrada Escritura como uma só vinda, embora aconteça em diversas fases. Não podemos nem queremos afirmar nada a respeito da época do arreba­tamento, embora tenhamos convicção de que ocorrerá antes dos juízos sobre a terra.

SOBE PARA AQUI!

"Depois destas coisas, olhei, e eis não somente uma porta aberta no céu, como também a primeira voz que ouvi, como de trombeta ao falar comigo, dizendo: Sobe para aqui, e te mostrarei o que deve acontecer depois destas coisas" (Ap 4:1).

Já tínhamos feito referência aos capítulos 2 e 3 do Apocalipse,

observando que constituem uma "história da Igreja em miniatura" 2. O último estágio desta história é representado pela última igreja ali citada: Laodicéia. Assim que recebeu o teor das cartas às sete igrejas, o apóstolo João foi convidado a subir para o céu.

No céu, João vê Deus assentado sobre um trono, rodeado de 24 anciãos (Ap 4). Depois vê como um cordeiro, que parecia ter estado morto (uma figura do Senhor Jesus ­Jo 1 :29), toma da mão daquele que está assentado sobre o trono (Ap 5) o livro dos desígnios e dos caminhos de Deus com respeito a esta terra, um livro selado com sete selos, e passa a abrir um a um os seus selos (Ap 6). Cada vez que um selo é aberto, coisas vultuosas acontecem na terra3. A seguir é feita uma intercalação (Ap 7) que descreve 144.000 judeus selados (um número simbólico) e uma grande multidão oriunda das nações (que não deve ser confundida com os crentes da época da Igreja, pois estes já estarão arrebatados!); ambos os grupos serão preservados durante a grande tribulação, ou, melhor, durante o tempo do juízo, e entrarão vivos para o reino de paz. Uma vez que o sétimo selo é aberto pelo cordeiro, começam os assim chamados "juízos das trombetas" (Ap 8). Segue-se ainda uma última etapa de juízos, os severos "flagelos das taças de ouro" (Ap 16), que com grande ímpeto acometerão a terra um pouco antes da vinda de Cristo para estabelecer o reino de paz.

A comparação desses capítulos ora citados com Mateus 24 leva-nos a concluir que os acontecimentos descritos em Apocalipse 6 ocorrerão na primeira metade da última semana de anos mencionada em Daniel, e que os acontecimentos descritos em Apocalipse 8 até 16 ocorrerão na segunda metade dessa mesma semana.

Não seria esse arrebatamento de João para o céu também uma indicação do arrebatamento dos crentes que formam a Igreja? Vejam que a história da Igreja de Deus nesta terra encerrou-se em Apocalipse 3, e aqui no capítulo 6 já estamos numa época situada no começo da última semana de anos de Daniel. Para nós, essa é mais uma indicação que confirma o arrebatamento da Igreja antes dos juízos.

² Vide Leituras Cristãs vol.40, n°1. PP 8 e 10.
³ Veja o quadro da página 15.

De resto, o Senhor Jesus ainda faz distinção entre o "princípio" e o "fim das dores" (Mt 24: 1-14). Talvez possamos deduzir que os sete anos da última semana de Daniel correspondam à "hora da provação", enquanto a "grande tribulação" se refira somente à segunda metade deles, os últimos 3lfz anos. Quanto à "grande tribulação" , mais adiante ainda lhe dedicaremos um capítulo especial.

Antes de abordar uma pessoa notável que desempenha um dos mais importantes papéis nos tempos finais - o anticristo -, temos de tratar de um evento que marca mais do que qualquer outro os acontecimentos dos últimos 3 1/2 anos, e que, ao mesmo tempo, define o início da época da grande tribulação: é a queda de Satanás do céu. Para tanto, vejamos Apocalipse 12.

SATANÁS É PRECIPITADO DO CÉU

"Houve peleja no céu. Miguel e os seus anjos pelejaram contra o dragão. Também pelejaram o dragão e os seus anjos; todavia, não prevaleceram; nem mais se achou no céu o lugar deles. E foi expulso o grande dragão, a antiga serpente, que se chama diabo e Satanás, o sedutor de todo o mundo, sim, foi atirado para a terra, e, com ele, os seus anjos ... Ai da terra e do mar, pois o diabo desceu até vós, cheio de grande cólera, sabendo que pouco tempo lhe resta" (Ap 12:7-9,12).

O contexto destes versículos é o seguinte: No início do capitulo 12, o povo de Israel é visto na figura de uma mulher que está prestes a dar à luz. Ela concebe um filho do qual é dito que há de governar os povos com vara de ferro, mas então ele é arrebatado para Deus e para o seu trono. Um auxílio para a interpretação desta passagem é o Salmo 2, onde vemos que este filho é Cristo, um descendente do povo de Israel, o qual, depois de morrer na cruz, voltou para Deus ao ascender ao céu. A respeito da mulher, é dito que ela fugiu para o deserto, onde Deus a guardou por 1. 260 dias - isto são 3 1/2 anos (abordados mais adiante

no tópico "A Grande Tribulação"). O motivo da fuga da mulher, conforme vemos em Apocalipse 12:13-17, é a perseguição do dragão que fora precipitado na terra. Com isto fica claro que a precipitação de Satanás e dos seus deIl1ônios (que são anjos caídos que tomaram partido por Satanás) é também o marco que dá início ao período da grande tribulação.

A propósito, o arcanjo Miguel é mencionado quatro vezes na Bíblia: em Daniel 10 e 12, na carta de Judas e aqui. Essas passagens dão a entender que o arcanjo Miguel responde especialmente pelo povo de Israel. É Miguel com os seus anjos que batalha contra o dragão e seus demônios.

O dragão é citado aqui sob alguns de seus diversos nomes:

"O DRAGÃO", quando visto como tirano e destruidor, especialmente no tocante à sua inimizade contra o povo de Israel (aliás, este nome só ocorre no Apocalipse); "A ANTIGA SERPENTE", pois desde Gênesis 3 ele tem sido um astuto sedutor; "O DIABO", que literalmente significa "o confundidor", pois procura destruir toda a ordem estabelecida por Deus; e, por fim, "SATANÁS", o adversário de Deus.     

Até esse momento Satanás tivera acesso ao céu, onde podia até mesmo comparecer perante Deus, para acusar os escolhidos de Deus. Nos capítulos 1 e 2 do livro de Jó temos um impressionante relato de um diálogo entre Deus e Satanás, no qual podemos constatar os intentos de Satanás para com as pessoas, mas também os procedimentos divinos - pois em última instância é Deus quem tem nas mãos o destino da terra e dos homens que nela vivem.

Portanto, doravante o acesso ao trono de Deus no céu está interditado a Satanás. A partir de agora o seu único domicílio passa a ser a terra. Um "ai" é proferido sobre a terra e o mar, porque o diabo foi precipitado na terra, e irá desabafar o seu furor. Ele sabe que somente lhe restam 3 112 anos para operar livremente, antes de ser amarrado e lançado no abismo, por mil anos (Ap 20: 1-3). Eis por que o intento dele, junto com os seus demônios, será seduzir de uma maneira inaudita os moradores da terra a rebelar-se contra Deus.

Toda a sua inimizade será antes de tudo direcionada contra um pequeno povo: o antigo povo de Israel. Há quase 2.000 anos ele havia tentado eliminar a Cristo mediante a matança dos meninos determinada por Herodes; de modo semelhante, ele também há de tentar arruinar o povo de Israel. O seu alvo mais específico serão aqueles judeus que hão de crer em Deus, pois a maior parte desse povo irá sujeitar-se espontaneamente ao domínio do anticristo. Nessa época, portanto, começará uma terrível perseguição contra esse pequeno grupo de fiéis.

O ANTICRISTO

"Ninguém, de nenhum modo, vos engane, porque [este dia] não acontecerá sem que primeiro venha a apostasia e seja revelado o' homem da iniqüidade, o filho da perdição, o qual se opõe e se levanta contra tudo que se chama Deus ou é objeto de culto, a ponto de assentar-se no santuário de Deus, ostentando-se como se fosse o próprio Deus. Não vos recordais de que, ainda convosco, eu costumava dizer­-vos estas coisas? E, agora, sabeis o que o detém, para que ele seja revelado somente em ocasião própria. Com efeito, o mistério da iniqüidade já opera e aguarda somente que seja afastado aquele que agora o detém; então, será, de fato, revelado o iníquo, a quem o Senhor Jesus matará com o sopro de sua boca e o destruirá pela manifestação de sua vinda. Ora, o aparecimento do iníquo é segundo a eficácia de Satanás, com todo poder, e sinais, e prodígios da mentira, e com todo engano de injustiça aos que perecem, porque não acolheram o amor da verdade para serem salvos. É por este motivo, pois, que Deus lhes manda a operação do erro, para darem crédito à mentira, a fim de serem julgados todos quantos não deram crédito à verdade; antes, pelo contrário, deleitaram-se com a injustiça" (2 Ts 2:3-12).

Em Daniel 9 já tínhamos deparado brevemente com o anticristo. Esta pessoa assumirá um papel-chave nos aconteci­mentos dos tempos finais. Uma das passagens mais claras a respeito é 2 Tessalonicenses.

Alguns crentes em Tessalônica tinham ouvido que a época dos juízos (ali chamada "dia do senhor") já havia começado. Paulo rejeita energicamente essa hipótese e demonstra que este tempo não podia ter começado, pois a apostasia4 ainda não tivera início. A principal característica da apostasia é justamente a manifestação do anticristo, que Paulo nesta carta denomina "o homem da iniqüidade, o filho da perdição" e, uns versículos adiante, "o iníquo".

O anticristo há de se assentar no templo, desejando ser adorado como Deus. O início da apostasia se dará mediante a aparição do anticristo. Porém, ele não pode aparecer enquanto não for removido "o que o detém". Eu penso, e muitos expositores também, que se trata da presença da Igreja de Deus, na qual habita o Espírito Santo. Após o arrebatamento da Igreja, o mal há de se derramar como uma enxurrada quando do rompimento de uma represa, e um dos principais motivos disso será a extraordinária eficácia do anticristo. Ele há de operar segundo o poder de Satanás, com todos os sinais e prodígios de mentira, e dessa forma arrastará grandes multidões para apostatarem totalmente de Deus.

Mas o seu fim também é descrito aqui: O Senhor Jesus o destruirá pelo assopro da Sua boca. Mais adiante, quando estudarmos Apocalipse 19:19-21, veremos os pormenores disso.

Mas aqui ainda nos é comunicado um detalhe sumamente importante, que não queremos omitir. Os versículos 10-12 tomam evidente que as pessoas, que neste presente tempo da graça não aceitarem o evangelho do Senhor Jesus Cristo - aqui chamado "o amor da verdade" - não mais terão oportunidade de converter-se a Deus naquele terrível período da apostasia. O próprio Deus endurecerá o coração delas mediante uma "operação do erro", de modo que não Ihes restará alternativa senão crer na mentira. Elas serão vítimas de uma terrível sedução.

Nisto temos uma severa advertência: Uma pessoa não pode converter-se quando quer, mas somente quando Deus lhe oferece a oportunidade para tanto!

4 Apotasia: descerção de fé; mudança de crença; abandono de Deus.

Já havíamos mencionado que o anticristo será rei em Israel e um aliado do regente da "Europa unida". Erroneamente muitos, no passado, afirmavam que o futuro regente da "Europa unida" e o "anticristo" seriam a mesma pessoa. Isso desvirtuava bastante os testemunhos proféticos. Apocalipse 13 deixa bastante claro que se trata de duas pessoas diferentes. Voltaremos a falar sobre o regente da Europa, que no Apocalipse geralmente é chamado de "A Besta".

O anticristo é a pessoa da qual o Senhor Jesus havia dito: "Eu vim em nome de meu Pai, e não me recebeis; se outro vier em seu próprio nome, certamente, o recebereis" (Jo 5:43). A esperança da vinda de um messias para Israel já é um aspecto importante para os judeus ortodoxos de hoje. Há quase 2.000 anos o povo judeu rejeitou o seu verdadeiro messias, porém nos tempos finais grande parcela do povo de Israel acolherá o anticristo como o seu messias.

Ocupemo-nos um pouco ainda com o trecho que fala a respeito do anticristo em Apocalipse 13: 11-16. Ali o escritor João vê o anticristo na figura de uma besta, que tem dois chifres, parecendo cordeiro, - observe, portanto, que ele vem sob o pretexto do Messias, o verdadeiro cordeiro de Deus ­mas fala como um dragão: ele é o porta-voz de Satanás.

Por conseguinte, o anticristo não somente exercerá poder político, mas será ao mesmo tempo o líder religioso de um judaísmo que é inimigo de Cristo. Ele atrairá para o encanto de suas doutrinas satânicas também os de fora do judaísmo, e não é sem razão que mais adiante no Apocalipse o anticristo é chamado de "falso profeta". Ele se valerá de todo o seu poder e influência para que Deus seja desonrado, e o Seu Cristo rebaixado.

Queremos recordar mais uma vez, de forma resumida, os diferentes nomes do anticristo:

1 - O rei: Assim ele é chamado em Daniel 11:36-39. No tempo do fim, ele será o chefe do governo em Israel, e a grande massa do povo o acolherá como o messias prometido.

2 - O homem do pecado, o filho da perdição, o iníquo:

Assim ele é designado por Paulo em 2 Tessalonicenses 2:3,8, onde lemos, que o tal se levantará contra tudo o que se chama

Deus, ou se adora. Ele se fará reverenciar como Deus e se assentará no templo.

3 - O anticristo: Assim é chamado pelo apóstolo João, em 1 João 2:18,22.

4 - O falso profeta: Esse é o seu nome a partir de Apocalipse 13 até ao final do livro: 16: 13; 19:20; 20:10.

Depois de já termos mencionado por diversas vezes o tempo da "grande tribulação", chegou o momento de consultarmos as Escrituras a respeito desse assunto.

A GRANDE TRIBULAÇÃO

"Quando, pois, virdes o abominável da desolação de que falou o profeta Daniel, no lugar santo (quem lê entenda), então, os que estiverem na Judéia fujam para os montes; quem estiver sobre o eirado não desça a tirar de casa alguma coisa; e quem estiver no campo não volte atrás para buscar a sua capa. Ai das que estiverem grávidas e das que amamentarem naqueles dias! Orai para que a vossa fuga não se dê no inverno, nem no sábado; porque nesse tempo haverá grande tribulação, como desde o principio do mundo até agora não tem havido e nem haverá jamais. Não tivessem aqueles dias sido abreviados, ninguém seria salvo; mas, por causa dos escolhidos, tais dias serão abreviados" (Mt 24:15-22).

O Senhor Jesus agora está falando da "abominação" (que é um ídolo, que se venera), da qual já temos lido em Daniel 9:27. Aqui ficamos sabendo que esse ídolo abominável será colocado em Lugar Santo. Trata-se de uma imagem que por iniciativa do anticristo será levantada pela primeira besta, e à qual o anticristo outorgará fôlego, de modo que a imagem até mesmo poderá falar (Apocalipse 13). Esse ídolo será estabelecido no templo e será adorado.

Se, pois, compararmos Daniel 9 com Mateus 24, podemos deduzir que isto acontecerá no meio da última semana de anos, e que o estabelecimento deste ídolo no templo será o motivo da repentina interrupção do sacrifício contínuo que vinha sendo oferecido ali. Daniel 12:11 também nos confirma isso: "E desde o tempo em que o contínuo sacrifício for tirado e posta a abominação desoladora, haverá mil duzentos e noventa dias5".

Nesse momento começa então a grande tribulação. É um período de 3 1/2 anos, que no Apocalipse tem diversas designações:

1 - 1.260 dias (isto corresponde a 3 1/2 anos, contanto que se atribuam 30 dias a cada mês)6,

2 - Se 42 meses (que também são 3 1/2 anos) e

3 - Um tempo, tempos e meio tempo (considerando-se que um tempo seja igual a um ano, o resultado novamente é 3 1/2 anos)8.

A declaração do Senhor Jesus em Mateus 24: 15-18 também pode ser interpretada como uma recomendação aos que estiverem habitando na Judéia naqueles dias, presenciando o início da Grande Tribulação, para que saiam rapidamente de Judéia e fujam para os montes vizinhos. A fuga não deve ser retardada por coisa alguma: quem estiver sobre a laje de sua casa, quando receber a noticia de que o ídolo abominável foi levantado no templo, deve fugir pela escada externa, sem entrar na casa para buscar coisa alguma. Quem estiver trabalhando na lavoura e, por exemplo, tiver deixado alguma veste na beira de seu campo, não deve ir até lá para apanhá-Ia, mas deve fugir às pressas. O Senhor profere um "ai" sobre as grávidas e as que amamentarem naqueles dias, pois serão bastante prejudicadas na fuga. Afora isto, essa gente deve orar para que a sua fuga não aconteça no inverno nem no sábado. A gravidade da tribulação que então começará sobrepuja tudo o que já houve de catástrofes na terra.

Que pessoas são estas a quem se diz: "Quem lê entenda"? Devem ser aqueles judeus da Palestina que, nesta época, irão converter-se a Deus de coração. Obviamente eles não lerão somente o Antigo Testamento, mas também o Novo. Um pouco mais à frente são chamados de "escolhidos" 9. É a estes que o Senhor conc1ama a fugirem.

5 Por que temos aqui 1.290 e não 1.260 dias? São 30 dias que excedem o tempo da tribulação e, portanto, já adentram no período do reino de paz. Em Daniel 12:12 temos até mesmo um período de 1.335 dias, ou seja, 75 dias excedentes. É provável que esses 30, ou então 75, dias estejam relacionados com o juízo a ser exercido sobre os povos vizinhos de Israel.
6 Apocalipse 11:3; 12:6; outra referencia análoga é Daniel 12:11-12.
7 Apocalipse 11:2; 13:5.
8 Apocalipse 12:4; Daniel 7:25; 12:7.

Mas por que será que devem deixar sua terra tão às pressas, e para onde devem fugir? A partir do instante em que o ídolo abominável for estabelecido no templo, começará uma brutal perseguição contra todos aqueles que até então tinham dado a conhecer que temiam a Deus. Os primeiros 3 1/2 anos já tinham produzido mártires, conforme se vê em Apocalipse 6:9-11; mas o que acontecerá aqui, no início da grande tribulação, não é comparável a nenhuma perseguição anterior. Quem se recusar a adorar a imagem e a aderir a este culto, terá de pagar com a vida (Ap 13:15-17).

Naturalmente a maior parcela do povo de Israel, que acolhera a anticristo como o seu Messias, se dedicará a essa idolatria, com toda a devoção. Não devemos esquecer que justamente nesse tempo Satanás e seus demônios terão sido expulsos do céu e lançados na terra.

Esse é o motivo por que Deus conc1ama os seus escolhidos a deixar a terra sem perda de tempo. Trata-sede uma questão de horas. É a maneira pela qual Deus irá separar os que lhe pertencem daqueles "muitos" , a saber, dos judeus ímpios liderados pelo anticristo. É a maneira pela qual Deus colocará a salvo boa parcela dos seus escolhidos. As passagens que descrevem claramente o que acabamos de citar são principalmente Apocalipse 12:6,13-17; Isaías 16:4 e Salmo 60:8.

9 Nesta época futura haverá, portanto, judeus que crêem em Deus. A esta altura já não haverá mais cristãos sobre a terra, pois eles terão sido arrebatados. Desde o dia de Pentecostes, quando o Espírito Santo veio sobre a terra para habitar em cada crente individualmente, proclamou-se sob muitas maneiras o glorioso evangelho. Anunciou-se que todo aquele que de coração se converte a Deus, e crer na obra de reconciliação realizada por Cristo, obtém o perdão dos pecados. Todo crente pode estar certo de que, mediante a confiante aceitação do evangelho, ele passa a ser integrante da Igreja de Deus, e o seu destino eterno é a casa paterna.
Esse evangelho tem sido chamado de "evangelho da graça", para que assim possa ser distinguido de outro, que é o "evangelho do reino" (Mt 24:14). A proclamação deste evangelho da graça terminará quando expirar a época da Igreja de Deus sobre a terra. Porém, logo em seguida Deus suscitará testemunhas fiéis dentre o seu antigo povo de Israel, que, em curto espaço de tempo, anunciarão o evangelho do reino em todo o mundo.
O conteúdo essencial. desse evangelho do reino será: arrependam-se, confessem os seus pecados e convertam-se de coração a Deus, para estarem preparados para receber a Cristo como Rei quando vier a Israel e assumir o Seu reinado. Aliás, esse era também o evangelho que João Batista pregava (veja Mt 3:1-12), embora o testemunho dele logo tivesse sido rejeitado e João, decapitado. O próprio Cristo também pregou esse evangelho (Mt 4:23), confirmando Sua pregação mediante sinais e prodígios.

A grande massa do povo de Israel certamente não fugirá, pois se sente segura sob o regime do anticristo. Uma das razões para isto é o tratado de sete anos. firmado entre Israel e o "príncipe que há de vir" (o regente da "Europa unida" - Dn 9:26-27). A essa aliança também se refere Isaías 28: 15: "Porquanto dizeis: Fizemos concerto com a morte e com o inferno10  fizemos aliança; quando passar o dilúvio do açoite, não chegará a nós" IE.R.C.).

Embora sejam tempos tenebrosos, Deus conservará para Si um testemunho que brilhará em prol dos seus direitos. E isso até mesmo em Jerusalém. Ali Ele suscitará duas "testemunhas" e as dotará de poder extraordinário. Elas profetizarão durante todo o tempo da tribulação. Os seus inimigos; elas devorarão com fogo, e, além disto, também terão poder para fechar o céu, para que não chova, e para converter água em sangue. No entanto, essas testemunhas serão mortas por fim, mas depois de três dias ·e meio ressuscitarão e serão recebidas no céu (Ap 11: 1-12).

Mas este tempo de grande tribulação, que, antes de mais nada, é um tempo de terrível idolatria e perseguição contra os escolhidos de Deus, um dia acabará. Por causa dos escolhidos, esse tempo é limitado: são 3 1/2 anos. É algo que Deus estabeleceu de antemão. E nas profecias da Palavra de Deus também está estabelecido de que maneira esse período terminará.

Deus fará vir um adversário àquela terra, que em Isaías 28: 15 é chamado de um "dilúvio do açoite"; este passará pelo país atingindo-o com incomparável veemência (veja Is 28: 18-22). Note especialmente a expressão:

"Já está determinada" (v. 22), que já tínhamos visto em Daniel9: 27. A mesma expressão também está em Isaías 10:23, ali associada a um antiquíssimo inimigo de Israel: a Assíria. Nos tempos finais, Deus permitirá a este adversário invadir a Palestina mais uma vez. Este fato determinará o início dos últimos eventos.

10 A morte e o inferno (Sheol) apontam para os poderes demoníacos que estão envolvidos aqui.

 

 

 

Selo

   

Trombeta

     Taça

1

Cavalo branco: Saiu vencendo e para vencer. 

Surge um poderoso dominador que, de uma maneira relativamente pacífica, se tornará bastante forte.

(6:1-2)

   

Saraiva, fogo e sangue sobre a terra. A terça parte da terra, das árvores e da erva verde é queimada.

(8: 7)

   

Terra: Os homens que aceitaram a marca da besta e adoraram a sua imagem são acometidos de uma úlcera 'maligna e perniciosa.

(16:2)

2

Cavalo vermelho: A paz é tirada da terra. Ocorrem revoltas, guerras civis, anarquias e terrorismo.

(6:3-4)

   

Uma montanha aroendo em chamas cai no mar. A terça parte do mar é transformada em sangue. A terça parte dos navios é destruida.

(8:8-9)

   

Mar: Transforma-se em sangue como de morto. Morrem todos os animais marinhos.

(16:3)

3

Cavalo preto: Balança (escassez e fome). Recesções econômicas, inflação monetária, escassez de alimentos básicos.

(6:5-6)

   

Uma estrela ardendo cai sobre os rios e as fontes de água. A terça parte das águas se toma amargosa.

(8:10-11)

   

Rios e fontes de águas: Tudo se transforma em sangue.

O sangue dos santos é vingado.

(16:4-7)

4

Cavalo amarelo: Morte e Hades, espada, fome e feras. Multidôes morrem devido a fome, epidemias e doenças.

(6:7-8)

   

A terça parte dos astros escurece, e não brilha mais nem de dia nem de noite.

(8:12)

   

Sol: O sol queima os homens com fogo. Apesar do calor intenso, estes homens blasfemam contra o nome de Deus.

(16:8-9)

5

Altar: Os mártires dos primeiros anos clamam por vingança. (6:9-11)

   

O assirio tortura os Judeus.

(9:1-11)

   

Trono da besta: O reino da besta escurecerá. Os homens remordem a língua devido à dor e blasfemam o Deus do céu.

(16:10-11)

6

Sol, lua e estrelas: Colapso das estruturas da natureza.

(6: 12-17)

   

Influências perniciosas do Oriente. A terça parte dos homens será morta.

(9:12-21)

   

Rio Eufrates: A sua água seca, preparando o caminho para os reis que vêm do lado do nascimento do sol.

(16:12)

7

Sete anjos - sete trombetas: O sumo-sacerdote dá força às orações.

(8: 1-5)

   

A ira de Deus e o domínio de Cristo.

(11: 15-18)

   

Sobre o ar: Ocorreu grande terremoto, e a grande cidade se dividiu em três partes. Deus se lembra da Babilônia (a cristandade apôstata). Toda ilha foge e os montes não se acham mais. Pedras de gelo caem sobre os homens, contudo eles blasfemam contra Deus.

(16:17-21)

 

 

Referências para o estudo bíblico - Dicas para a escola dominical


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