Referências para o estudo bíblico
Um auxilio para professores de escola dominical e amigos da Palavra de Deus.
DESCRIÇÃO DAS HISTÓRIAS DA BÍBLIA
* Sugere-se que os versículos indicados com asteriscos (*) sejam decorados
Jesus fala aos discípulos pela última vez antes de deixá-los para voltar ao Pai (conteúdo para vários estudos).
75. a) João 14: (lê-lo todo!} A nova condição dos discípulos:
Explicação e ensinamentos:
Um pouco antes o Senhor Jesus tinha falado aos discípulos de Sua morte (* Jo 12:24,32) e de Sua situação como intercessor (como advogado - Jo 13:1-20), feitos por meio dos quais visa preparar os que Lhe pertencem, adequando-os ao céu segundo a posição e a condição. Agora vêmo-LO falando com eles a respeito do céu e de Sua ida para lá - pois o céu tinha que estar pronto para eles. Em outras palavras: Ele prepara os discípulos para o céu e o céu para os discípulos (Jo 14:2). Ele, porém, que até então tinha estado entre eles, ajudando-os e protejendo-os, iria agora partir, e isto lhes era motivo de grande comoção (*Jo 14:27; 16:22). E embora aquela hora já Lhe fosse difícil, visto que coisas horríveis o esperavam (a traição de Judas; a negação de Pedro; a fuga de todos os discípulos; os sofrimentos e a morte; sim, o juízo de Deus), Ele, contudo, está ocupado com os seus amados, e, nestas últimas conversas, fortalece-lhes os corações, revelando-lhes todo o Seu amor e o amor do Pai.
Os discípulos sempre tinham crido em Deus, sem, contudo, vê-LO. Desta mesma maneira deveriam contemplar agora ao seu Senhor: elevando os seus olhares para Ele no céu, em fé e confiança (verso 1 e 1 Pe 1:8). O Senhor com isto desvia desta Terra os olhares dos discípulos, daqui onde até então estavam a porção e a esperança deles (visto serem judeus#), e passa a direcioná-los para o céu. É para lá que o seu Senhor e Salvador estava prestes a voltar; é para lá que direciona o coração e a mente deles. Os judeus esperavam pela vinda e reinado do Messias nesta Terra; mas, com a rejeição e a morte de Jesus, os discípulos não veriam mais cumprida essa sua esperança, porém, acima deles no céu - se lhes abriam novas perspectivas; o Senhor lhes faz ouvir coisas novas e maravilhosas:
"Na casa de meu Pai há muitas moradas... vou preparar-vos lugar" . A porção que lhes restou na Terra com a partida do Senhor rejeitado passaria a ser, daqui em diante, o ultraje e a inimizade. Mas (quão precioso!) eles recebem agora um lugar na casa do Pai com suas muitas moradas.
(Os justos em Israel não conheciam a Deus como o Pai deles; Ele lhes era conhecido sim como "o Todo-Poderoso", ao passo que os deuses das nações eram nulos (Gn 17: 1); conheciam-NO também como Jeová, ou seja, o Eterno, o Imutável, que cumpria fielmente Suas promessas.
Por outro lado, não havia na morada de Deus sobre a Terra no Templo - um lugar para o povo todo, apenas tendas para os sacerdotes; porém, o Senhor quer preparar agora um lugar no céu para todos os seus.) Até então o acesso ao céu estava vedado aos homens. O pecado os impedia, e este precisava ser remido primeiro. Desde a morte do Senhor e de Sua ascensão como o "Filho do Homem glorificado nos céus”, a morada celeste está preparada e aberta à humanidade. Ali entrarão todos os seus, os quais Deus, o Pai, Lhe dá do mundo.
Como é amável e consoladora a palavra que o Senhor dirige aos seus: "Vou preparar-vos lugar. E... voltarei e vos receberei para mim mesmo". O Senhor não estará satisfeito enquanto não tiver todos os seus consigo. Ele mesmo os buscará (1 Ts4:16}. Desde que foi proferida essa promessa, a verdadeira esperança dos crentes passou a ser a volta do Senhor para buscá-los.
# As promessas feitas ao povo judeu são de caráter essencialmente terrestre.
As citações entre colchetes [ I requerem um maior conhecimento bíblico, e podem ser deixadas de lado conforme a idade das crianças.
O Senhor então fala do caminho que os conduz ao Pai. Ele mesmo é o caminho para Deus, o Pai, mediante a Sua morte e ressurreição. Antes de cair em pecado, Adão não carecia de um "caminho" para Deus, bastava-lhe permanecer ali onde foi posto. Nós, porém, devido ao pecado, estamos desde então todos separados de Deus e, além disto, perdidos. Mas o Senhor Jesus, por meio de Sua obra, conduz-nos a Deus (*1 Pe 3:18; *Hb 10:19-22), a saber, a Deus o Pai (* Jo 14:6). Ao mesmo tempo Ele próprio é o Caminho para Deus; também é a verdade, toda a verdade acerca de e procedente de Deus, a plena manifestação de Deus. Jesus é a verdadeira luz (* Jo 1:9), a imagem de Deus, "o resplendor da glória e a expressão exata do seu Ser" (Hb 1:3). O Senhor Jesus, porém, não revelou apenas e perfeitamente Quem era Deus, quão santo e justo e cheio de amor e graça Ele é, mas também revelou quem o homem é. Ele vê o homem e o desvenda; Ele é a "luz do mundo" (*Jo 8:12; Jo 2:25; *Mc 7:21-23).
Depois o Senhor também é a vida. Não é apenas que Ele tenha a vida, Ele é a vida. E somente "aquele que tem o Filho, tem a vida" (1 Jo 5: 12,20; Jo 17 :3). Os crentes são possuidores da vida divina no Filho de Deus. Por isso eles são filhos de Deus e têm um verdadeiro e eterno relacionamento com o Pai e com o Filho.
O Filho, por meio de Suas palavras e obras, é a plena revelação do Pai em toda a Sua essência (versos 7-11). Com relação às outras "maiores obras" que os Seus farão (verso 12), leia ainda Atos 2:41 e4:4. O Senhor Jesus não fizera milagres na incrédula cidade de Jerusalém, mas sim os apóstolos (veja At 4: 16; 5: 14-16). Porém, ao considerarmos as "maiores obras", devemos recordar também a presença do Espírito Santo sobre a Terra, visto que por meio dele foi concedido aos corações gozarem de uma compreensão maior do que nos dias do Senhor (Jo 16: 12-13).
O Senhor Jesus voltará; mas até lá, durante Sua ausência, o que deverá caracterizá-los é uma verdadeira confiança, manifesta em oração, como também a obediência, a qual evidencia o amor que eles Lhe têm.
Após a ida do Senhor, os crentes podem orar ao Pai em Seu nome, isto é, na ciência de sua posição de filhos, à qual Ele também se submeteu. Apresentam-se diante de Deus nesta mesma posição e no mesmo favor, como Ele; e se assim orarem ao Pai (nesta mesma comunhão e dependência), pedindo o que for, o Filho mesmo o fará (isto é repetido duas vezes, nos versos 13 e 14), a saber, para que o Pai seja glorificado no Filho. Que finalidade elevada!
Mas há também um indicador que demonstra o amor que eles Lhe têm: a obediência (versos 15, 21 e 23-24). Como isto é importante! Onde falta a obediência, também falta o amor, visto que o amor é o motor que motiva a fidelidade na caminhada e leva a guardar todos os mandamentos e desejos do Senhor, bem como toda a Sua Palavra (versos 21 e 23).
Até então o Espírito Santo, embora já tivesse atuado na Terra (por exemplo, quando da criação e nos profetas), ainda não habitava aqui, pois a redenção ainda não tinha acontecido e o Filho de Deus ainda não havia sido glorificado (*Jo 7:38-39). Nem tampouco havia aqui um templo vivo no qual pudesse habitar(*Ef 2:19-22; *1 Co 3: 16-17). Agora, porém, o Espírito Santo viria a esta Terra da parte do Pai e do próprio Cristo para que "estivesse para sempre com eles", e não apenas isso, mas que também estivesse neles (verso 16-17).
[O Espírito Santo é chamado de "outro Consolador**" (ou: "Intercessor", "Advogado"), visto que o próprio Jesus também é "Consolador" e "Advogado" (1 Jo 2: 1). O Messias, o redentor que havia de vir, era conhecido em Israel como o "Consolador" (Gn 5:29; Lc 2:25).)
O Senhor Jesus tinha de deixar os seus, mas o Espírito Santo jamais faria isso; ao enviar-lhes o Espírito Santo, Ele não estava deixando-os órfãos aqui, mas sim voltando para eles. (Note-se, contudo, que não se trata de Sua volta para nos buscar, mencionada no verso 3, a qual será para nos arrebatar.)
* Um que defende a causa de alguém e o auxilia. Foi o que Cristo fez aqui na Terra, é o que agora Ele faz no céu (1 Jo 2: 1). A missão do Espírito Santo na Terra é: 'cuidar da nossa causa', 'agir em nosso benefício' . Sua atividade também poderia ser descrita como: .. auxiliador" .
Mas o que devia realizar o Espírito Santo? Ampliar-lhes ricamente o conhecimento acerca dEle mesmo {v. 20; 16:14), acerca da posição deles em Cristo e de sua eterna união com Ele (*verso 20), a saber, que da mesma maneira como Cristo agora está acima junto ao Pai, ou no Pai{CI 3:3), nós estamos em Cristo e Cristo em nós (Rm 8: 1,10). Depois o Espírito Santo também deveria lembrar os discípulos de tudo o que Ele lhes havia dito aqui na Terra (possibilitando a redação dos quatro Evangelhos). Além disso, o Pai e o Filho desejam manifestar-se aos crentes de um modo especial no Espírito Santo, caso forem obedientes (*verso 21); ou seja, querem aproximar-se deles, sim, morar com eles, concedendo-lhes que usufruam de Sua presença. (Trace uma paralelo entre o íntimo relacionamento de Jeová com Abraão em contraste com o de Ló - Gn 18 e 19. Outro exemplo é a intimidade que o lar em Betânia gozava com o Senhor quando de Suas visitas.) Uma criança obediente e comportada é acariciada pelos pais e goza mais deles. O Espírito Santo habita em todos os verdadeiros crentes (1 Co 6:19; Rm 8:9; *GI 3:26 é 4:6); ainda assim, estes somente usufruirão do amor do Senhor, gozando das revelações acerca dEle mesmo (v. 21), quando seus corações estiverem voltados à Palavra do Senhor; em tais pessoas, o Pai e o Filho farão morada (verso 23).
O Senhor concede uma "dupla" paz. Ele diz: "Deixo-vos a paz". Esse é seu legado, teria de morrer para concedê-lo. Refere-se à paz para a consciência obtida pelo sangue da Sua cruz (CI 1:20). Mas prossegue: "a minha paz vos dou" . Agora trata-se da preciosa paz do coração, paz que Ele próprio gozou quando em meio à inquietação e à inimizade deste mundo. Quão tranqüilo esteve Ele, por exemplo, na tempestade no mar, ante as cidades impenitentes (Mt 11 :25), diante de Seus opositores ou perante Pilatos e Caifás! Sua tranqüilidade procedia do perfeito amor e da constante comunhão com Seu Pai. É por isso que lhes diz: "A minha paz vos dou... não se turbe o vosso coração" .
Caso pensassem em si, não havia razão para os discípulos se alegrarem com a partida do Senhor. O quadro se revertia quando levavam em consideração ao Senhor e o ganho que Ele teria ao deixar este mundo mau. Sua ida, aliás, também seria ganho para eles (16: 7). O príncipe deste mundo (Satanás) estava-se aproximando, mas em Jesus não havia nada a que ele pudesse se referir para, em razão disso, levá-LO à morte e mantê-LO na morte. Ele era o Santo; ninguém podia tirar-Lhe a vida (Jo 10: 18). Mas Ele voluntariamente entrou na morte motivado pelo amor e obediência ao Pai (v. 31). Ele se entregou a Si mesmo por nós, como oferta agradável a Deus (*Ef 5:2).
75. b) João 15: {Iê-Io todo!} A videira e os ramos
A dependência, dar frutos e o discipulado: versos 1-8.
Gozar o amor do Pai e a alegria no coração: versos 9-11.
Explicação e ensinamentos:
A dependência, dar frutos e o discipulado: versos 1-8.
Antigamente o povo de Israel era considerado a videira de Deus na Terra (SI 80:8-14; Is 5:1-7), a qual, porém, apesar de todos os cuidados, não apresentou frutos; por isto foi posta de lado e desde então o Filho de Deus é a "videira verdadeira" (SI 80:8 e Mt 2:15). A videira é uma ilustração apropriada: é pequena e discreta - não majestosa como um cedro -, não produz flores vistosas e, além disso, requer muitos cuidados. De outras árvores aproveitam-se as flores, as folhas, as raízes ou a casca, ou então a madeira; mas aqui, somente tem valor o fruto (Ez 15). A videira é uma representação do Senhor em seu relacionamento com os discípulos cá na Terra; acima no céu já não há mais 'videira’, nem plantar nem podar. Portanto, a videira com os ramos não é figura do Senhor Jesus em Sua eterna ligação com os redimidos. Não, a abrangência desta ilustração é temporal e compreende todos os que confessam o nome do Senhor, sejam renascidos ou não. Ao tratar-se da eterna ligação do Senhor com os seus, emprega-se outra figura: (a) a cabeça e o corpo (os membros), ou então (b) o homem e a mulher.
O Pai é o agricultor. O que Ele faz? Durante o ano inteiro Ele lida na vinha. Ele aduba e cavoca o chão. Ele corta os ramos: todos aqueles que não apresentam brotos de fruto são cortados fora; os que exibem frutos são limpos (dos rebentos bravios e prejudiciais, visto que estes somente absorvem a luz, o ar e a seiva) a fim de que produzam mais frutos ainda.
Foi desta maneira que Deus lidou com os ramos e zelou por eles - os discípulos do Senhor. Um Judas e os discípulos que O abandonaram (Jo 6:66) eram ramos infrutíferos, foram cortados fora e secaram (versos 2 e 6). Para com outros (como Pedro, Maria e Marta etc.) Ele aplicou Sua disciplina.
Em nossos dias, a figura da videira e os ramos se aplica à cristandade professa; todos os que se dizem cristãos são ramos. Levar o nome do Senhor tem uma finalidade, a qual é dar frutos a Deus; o Pai procura frutos, e nisto é glorificado, em que dêem muito fruto. É a partir daí que são realmente discípulos do Senhor (verso 8). Mas, quais as condições para produzir fruto? Estar limpo é um requisito, bem como a posse da vida divina pela Palavra de Deus (verso 3), e não somente isto, mas também que permaneçam em Jesus e Jesus neles (versos 4 e 5). Somente onde há vida e permanente comunhão com o Senhor, e dependência dEle, ali há vigor e fruto. O crente somente está capacitado a ser um ramo que produza frutos caso permaneça no Senhor, e isto decorre da comunhão secreta do coração com Ele, do descansar nEle e do contato com Ele pela Palavra de Deus e pela oração (*verso 5). Uma comunhão assim, ligação bem-aventurada e permanente, resulta em que o coração seja amoldado conforme a vontade do Senhor; então ele deseja e pede somente aquilo que o Senhor pode atender (*verso 7 e SI 37:4).
Gozar o amor do Pai e a alegria no coração: versos 9-11.
O Pai amava Seu Filho quando este peregrinava aqui pelo mundo, fazendo em todas as ocasiões aquilo que era agradável ao Pai (Mt 3:17; 17:5; Jo 3:35; 8:29). E o Filho ama os seus do mesmo modo que o Pai; por isso, tal como antes pedira: "permanecei em mim!", Ele agora pede: "permanecei no meu amor!" (versos 4 e 9). Assim, da mesma forma como Ele guardava os mandamentos do Pai, permanecendo no Seu amor, permanecerão também em Seu amor aqueles que guardarem os Seus mandamentos; Ele aprecia esses tais (verso 10). E que proveito há para o coração que Lhe é obediente e que Ele aprecia? Há gozo! De qual tipo? O Seu gozo (verso 11).
Tendo falado do gozo, Seu e deles, o Senhor agora lhes dá um mandamento: Amai-vos uns aos outros! (*verso 12, repetido no v. 17; 1 Jo 4:7,11,21).O amor é o atributo de Deus e é característico da nova vida e dos discípulos (* 1 Jo 3:14; * Jo 13:35). É somente no amor que podemos também servir uns aos outros e, caso necessário, entregar a vida uns pelos outros. Foi o que o Senhor fez, demonstrando ser nosso Amigo: na cruz, Ele deixou Sua vida por nós, que éramos seus inimigos! E agora, quando somos seus amigos? Quando obedecemos fielmente a todos os seus mandamentos, então nos serão também confiadas suas íntimas comunicações (versos 1415).
Abraão, exemplo de obediência pela fé, era amigo de Deus (Tg 2:23), razão pela qual Deus lhe pôde confiar íntimas comunicações (Gn 18:17; *Sl 25:14; Pv 3:32). E quando Abraão intercedeu a favor de Sodoma, Deus considerou sua intercessão. Da mesma maneira Deus, o Pai, ouvirá os pedidos dos seus que Lhe rendem frutos e que em nome de Jesus Lhe apresentam as súplicas (verso 16).
Em Sua caminhada aqui, o Senhor sempre gozava do amor do Pai, enquanto o mundo O odiava. Os discípulos iriam experimentar esta mesma dupla porção (o amor da parte do Pai e do Filho e, por outro lado, o ódio da parte do mundo - versos 17-21). Se fossem do mundo, e caso andassem com o mundo ao invés de condenar as suas obras más, o mundo os amaria (*verso 19 - *Ef 5:11; 1 Pe 4:3-4).
O amado povo de Israel fez-se culpado de grave pecado rejeitando o seu Messias, o Filho de Deus. Nesse Seu último discurso, o Senhor está profundamente comovido em Seu coração por este pecado; Ele diz que "(os judeus) pecado não teriam", nem pretexto teriam para pecar, rejeitando-O, caso não lhes tivesse falado nem operado entre eles as obras que fez (versos 22 e 24). Porém, estavam cheios de ódio contra Deus, o Pai, e contra Ele, o Senhor Jesus. Esta oposição também se estenderia aos discípulos. No entanto Ele lhes promete o poderoso Consolador (Advogado) da parte do Pai, o Espírito da verdade. Este testificaria dEle, o Vencedor; e eles também, que desde o princípio estiveram com Ele, testemunhariam a Seu respeito (versos 26-27). O livro dos Atos dos apóstolos nos relata este poderoso testemunho que os discípulos e os primeiros cristãos Lhe renderam (At 1:4 e 8).
Temos, pois, três coisas em nosso capítulo, João 15:
1- Videiras que produzem frutos: os discípulos (verso 8);
2- A obediência: os amigos (verso 14); 3- A comunhão com Ele:
as testemunhas (verso 27). Enquanto que no começo do capítulo Jesus preenche a posição outrora ocupada por Israel, tornando-Se a "videira verdadeira", temos o Espírito Santo assumindo agora a posição do Senhor como "Advogado" e "Testemunha”.
75. c)João 16: {lê-lo todo!}
A promessa do Espírito Santo
Explicação e ensinamentos:
Segundo o capítulo 14, versos 16 e 26, o Pai iria enviar-lhes o Espírito Santo, pois este liga os crentes ao Pai, por meio de Cristo (Jo 14:20). Mas, segundo o capítulo 15:26 e 16:7, o Filho também está enviando o Espírito Santo, pois Este atua testemunhando acerca do Filho neste mundo que O rejeitou e matou. O Filho de Deus, segundo o testemunho dado agora pelo Espírito Santo, está exaltado no céu, da parte de Deus, e ali foi coroado de glória e de honra (At 2:36; Hb 2:9), depois de ter sido escarnecido e assassinado como um malfeitor. Desde o céu o Filho glorificado envia agora o Espírito Santo, para que os discípulos sejam suas testemunhas.
Mas o Espírito Santo também vem espontaneamente, ou seja, não vem somente na condição de enviado (Jo 16:7-8, 13). Sua atuação sobre a Terra se estende a todo o mundo (versos 8-11) e aos crentes (versos 12-15).
1. O Espírito Santo como testemunha perante o mundo:
2. O Espírito Santo como testemunha entre os crentes:
Até então os discípulos não estavam em condições de acolher os pensamentos e desígnios de Deus nem de compreendê-los -não podiam "suportar" estas coisas. Mas o Espírito Santo trouxe à luz "toda a verdade", como a temos agora nas cartas dos apóstolos. [Compare por exemplo, a carta aos Hebreus:
Cristo, o cumprimento de todas as figuras do Antigo Testamento; a carta aos Colossenses: a pessoa gloriosa de Cristo, a plenitude de Deus, na qual temos também a nossa plenitude; a carta aos Efésios: a glória de Cristo em sua eterna e íntima ligação com os redimidos enquanto Cabeça do corpo; etc.)
As cartas proféticas do Novo Testamento são prova disso: 2 Timóteo, 2 Tessalonicenses, 2 Pedro, o Apocalipse. Ele fez também soar o clamor à meia-noite: "Eis o noivo!" (despertando a cristandade, após o longo período de trevas
da Idade Média, para a breve volta do Senhor). Ele defende os direitos e a glória de Cristo, fala e testifica dEle, e toma dEle para dar aos seus: a luz, a força e a preciosidade.
A partir do verso 16 o Senhor outra vez lembra os discípulos de que está prestes a partir para o seu Pai. Ele lhes estaria oculto por um breve tempo; mas logo depois os veria novamente, e então poderiam compreender este relacionamento ao qual Ele os introduziu. Aí eles mesmos pediriam ao Pai, visto que até então era Ele quem por eles intercedia ao Pai (considere o que disse Marta em Jo 11:22). Sim, Ele exorta que eles mesmos fossem ao Pai, que muito ama aos que crêem em Jesus (versos 23,26,27). O Senhor empenha-Se para que os seus reconheçam o quanto Deus, o Pai, os ama afetuosamente, "e que em Seu coração de Pai há um apreço especial por eles - igualmente pelo Filho. E quando pedirem ao Pai em Seu nome (aí estão na mesma esfera de intimidade e na mesma posição de filhos do Pai), sua porção será completa alegria (verso 24).
Mais uma vez lhes expõe sua partida, e isso faz com que fiquem entristecidos. Porém, não O compreendiam; Ele lhes falava de Sua ida ao Pai, eles porém se referiam somente a Deus (versos 28 e 30). Por essa razão teve de lhes expor que nas próximas horas O haviam de deixar, perplexos, mas que o Pai estaria com eles também nessa ocasião. Ao mesmo tempo Ele os consola outra vez, como que dizendo: "Em Mim tendes paz". Aí deixa-lhes um duplo legado: que da parte do mundo passariam por aflições e medo, mas que nEle teriam paz e bom ânimo, visto que Ele venceu o mundo (*verso 33). Durante a história grandes exércitos e reis venceram outros exércitos e povos, mas Jesus venceu o mundo; pois Ele venceu o seu príncipe, Satanás (Jo 12:31; 14:30; Cl 2:15).
Referências para o estudo bíblico - Um auxílio para escola dominical - A oração do Senhor