“E saiu aquele homem para o oriente, tendo na mão um cordel de medir; e mediu mil côvados, e me fez passar pelas águas, águas que me davam pelos artelhos. E mediu mais mil côvados, e me fez passar pelas águas, águas que me davam pelos joelhos; e outra vez mediu mil, e me fez passar pelas águas que me davam pelos lombos. E mediu mais mil, e era um rio, que eu não podia atravessar, porque as águas eram profundas, águas que se deviam passar a nado, rio pelo qual não se podia passar.”

Ezequiel 47:3-5

Após o arrebatamento dos crentes, Deus reatará os laços com o Seu povo, Israel. Naqueles dias haverá um templo em Jerusalém, no qual habitará a glória de Deus.

No Reino Milenar de Paz, nascerá desse templo um rio literal, o qual também será o símbolo da bênção que Deus há de conceder em Sua graça (Ezequiel 47:1-12).

Ezequiel descreve como esse rio jorra a partir do limiar do templo e flui, passando ao sul do altar. Isso deixa claro que todas as bênçãos provêm da presença de Deus e são baseadas no que o Senhor Jesus realizou naquele “Altar da Cruz”.

Embora o rio não tenha afluentes, ele vai ficando cada vez mais profundo em seu percurso. Onde quer que passe, ele remove as marcas do pecado. Trata-se de algo que só a graça de Deus pode operar.

“Esperai inteiramente na graça que se vos ofereceu na revelação de Jesus Cristo.” 1 Pedro 1:13

A profundidade do rio é medida em quatro os pontos (Ezequiel 47:3-6), que distam do templo respectivamente:

Mil côvados (cerca de 500 metros). Aqui, a profundidade da água é determinada pela primeira vez, e chega até os tornozelos.
Dois mil côvados (cerca de 1000 metros). A água chega até os joelhos.
Três mil côvados (cerca de 1500 metros). Neste lugar, a água vai até a cintura.
Quatro mil côvados (cerca de 2000 metros). A profundeza do rio já é tal que permite nadar ali.

Aquilo que ainda está no futuro, para esta terra, no sentido espiritual já hoje diz respeito aos filhos de Deus.

No início do nosso caminho de fé, tivemos as primeiras experiências com os abençoados efeitos da graça de Deus no nosso caminhar cotidiano — o rio da graça lavou nossos “tornozelos”.

Mas talvez logo pudemos experimentar como a graça crescia (subia) cada vez mais, marcando com mais força nosso andar — “água pelos joelhos”.

Contudo, a graça não se esgota em momento algum: podemos adentrá-la mais e mais, até que sejam atingidos os nossos lombos, a sede da força.

A esta altura começamos a compreender que o poder divino se aperfeiçoa em nossa fraqueza, e que a Sua graça é absolutamente suficiente para a nossa necessidade (2 Coríntios 12:9).

Sim, em todas as situações de nossas vidas devemos esperar inteiramente por sua graça. Cabe-nos recorrer diariamente à Sua plenitude, abastecendo-nos de graça sobre graça (1 Pedro 1:10; João 1:14-18).

A partir daí já não mais estaremos apoiados sobre os nossos próprios pés, esperando algo de nós, mas nos deixamos levar pela graça de Deus — “águas que se deviam passar a nado”!

O Senhor quer que cresçamos na graça e conhecimento de Sua Pessoa (2 Pedro 3:18).

Até que ponto temos avançado neste “rio da graça divina”?

Ainda confiamos muito em nossa própria força e nos apoiamos pouco na graça de Deus?

Não seria o momento de avançar mais mil côvados para poder começar a “nadar na graça” o quanto antes?

“A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza.” 2 Coríntios 12:9

G. S

Revista Leituras Cristãs

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